[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de entreter]
Após passar 72 horas como refém do temido líder da facção, Chorão, Emília luta para superar os acontecimentos desse trágico evento...
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Pedro já estava 100% bem algumas semanas depois do incidente. Agora o Chorão era obrigado a dar uma de conservador e pedir para o filho parar de levar tanta gente estranha para casa. A solução de Pedro era dormir fora, mas ele sumia durante dias e era quase impossível se ter notícias.
O Chorão ficava bravo, porém eu entendia o lado do garoto. Ele nunca teve os pais presentes, porque os dois viviam brigando e ainda são criminosos, então acabou se criando com bastante liberdade e era difícil controlar depois de quase duas décadas.
Tentava contornar a situação entre os dois enquanto também tentava colocar limites na Isadora, porque ela começou aquela fase de querer ser mais puta que prostituta de esquina e o risco ainda era maior com ela, porque ela poderia engravidar ou acontecer algo pior. Todo dia vemos casos de feminicídio e eu tinha medo que ela fosse mais uma vítima.
Até tentei contato com a minha mãe, mas a solução dela foi mandar a Isadora morar com ela, o meu pai, a amante dele e a bebê que tinha nascido há pouco tempo, mas além de eu não querer ficar longe da Isadora, eles moram em uma cidade pequena com poucas oportunidades. Mandei dinheiro para ela e prometi ajudar mensalmente.
Sei que ela errou comigo, mas a criança não tem culpa dos erros dos meus pais e não deixa de ser minha irmã. Eu tenho até vontade de conhecer a neném quando ela for um pouco maior e também tenho que me preparar psicologicamente para ver meu pai com duas mulheres ao mesmo tempo. Já acho estranho quando são jovens desconhecidos vivendo essa vida liberta de amor livre, imagina ver meus pais formando um trisal.
— Será que sua mãe pega a amante ou seu pai fica com uma a cada noite ou algo assim? — Chorão perguntou depois que mostrei as fotos dos três que havia recebido pelo celular e eu fiz uma careta.
— Ai que nojo! Não quero pensar nisso...
— O importante é que eles estão felizes e nem estão incomodando a gente.
— É verdade e eu também não vou ficar remoendo o passado. A única coisa velha que gosto de remoer é você... — brinquei, terminando de vestir a calça jeans por cima do body preto.
Chorão riu e me abraçou por trás enquanto eu me olhava no espelho.
— Tô parecendo uma puta com essa roupa.
— Deve ser porque você é uma putinha. — Ele beijou meu pescoço.
— Vou trocar, porque não tô me sentindo bem...
Fui até o guarda-roupa e comecei a procurar algo que me deixasse mais confortável. Peguei o body preto com um recorte na frente, que dava um toque moderno e ousado ao visual. Combinei com uma calça cargo cinza, que é super confortável e prática, com vários bolsos. Nos pés, coloquei um par de tênis preto, perfeitos para um look casual e descolado. Para completar, peguei uma bolsa preta de alça longa e coloquei uma pulseira e um colar discreto.
