[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de entreter]
"Uma conexão obscena entre um sequestrador e sua refém"
Após passar 72 horas como refém do temido líder da facção, Chorão, Emília l...
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O Pedro acabou precisando fazer uma cirurgia. Além do constrangimento todo que o coitado passou, ainda teve que ficar internado e vai ficar um mês sem poder fazer sexo. A situação dele é complicada, mas ele está lidando com isso com um certo humor.
Chorão, por outro lado, fez a Isadora odiá-lo ao apelidá-la de Buceta Quebra Pau. Ela ficou tão irritada que até esqueceu o iPhone que ele deu para ela depois das zoações.
Estamos ficando na casa do Chorão, mas falta pouco para o prédio que ganhei ficar pronto e agora estamos conversando para ver se continuo na casa dele ou se me mudo para o prédio.
Nesse instante, estou no quarto da Isadora enquanto ela se arruma. O ambiente está perfumado com o cheiro de seu creme favorito, e a luz suave do abajur cria um clima acolhedor.
— O Chorão nos chamou para morarmos aqui... O que você acha melhor? Ficar aqui ou morarmos sozinhas no prédio? — perguntei, observando-a enquanto vestia uma camiseta.
— Pra mim, tanto faz — Isadora respondeu, ajustando a camiseta no corpo. — Aqui ou lá... O importante é ficar com você.
Dei um sorriso e assenti, sentindo um alívio percorrer meu corpo. A resposta dela trouxe uma paz momentânea.
— Tenho medo de estar indo com muita pressa com o Chorão — confessei, minhas mãos brincando nervosamente com a borda da minha blusa.
— Você pagou um boquete para ele no terceiro dia do seques... — ela começou, com a naturalidade de quem comenta sobre o tempo.
— ISADORA! — interrompi, sentindo meu rosto esquentar de vergonha. Olhei para ela, chocada com sua franqueza.
— Uai, só tô comentando que acho normal vocês viverem juntos antes de casar devido às circunstâncias que se conheceram e como tudo foi rápido até agora — explicou, dando de ombros, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Seus olhos encontraram os meus, cheios de sinceridade.
Suspirei, tentando processar seus argumentos. A lógica dela fazia sentido, mas meus sentimentos estavam todos embaralhados.
— Acho que quero um cantinho pra mim antes de morar com alguém — disse, minha voz saindo um pouco trêmula.
— Então, nos mudamos para o prédio — sugeriu Isadora, sua voz firme e decidida.
— É, talvez seja o melhor... — concordei, ainda pensativa.
Ela se aproximou, me dando um abraço apertado, seu perfume me envolvendo.
— Qualquer decisão que você tomar, eu vou estar ao seu lado, Lia — disse, sua voz suave e reconfortante.
Abracei-a de volta, sentindo um nó se desfazer dentro de mim. Havia algo especial em saber que, independentemente de tudo, Isadora sempre estaria comigo.
— E você e o Pedro? — Me soltei dela e mudei de assunto, tentando desviar o foco da conversa.
— O que tem? — Ela tirou a toalha da cabeça e começou a pentear seus cabelos, os fios molhados brilhando sob a luz.
