Parte 19

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Nanon acordou um pouco depois de Ohm sair. A cama estava fria ao seu lado e tudo poderia ter sido um sonho se não fossem todos os vestígios deixados por ele em seu corpo, além do latejante desconforto que sentia entre as nádegas.

Conforme a conversa entre os dois desenrolava na noite anterior e o temperamento dele foi ficando mais irritadiço, Nanon teve certeza de que Ohm não agiria com delicadeza, porque ele não parecia ser esse tipo de pessoa.

Por mais que seu pressentimento indicasse que ele teria problemas, o tesão desesperado de Ohm era quase afrodisíaco. Ele o fodeu com força e uma certa urgência, porém seus carinhos eram suaves e os beijos foram intensos e cheios de desejo.

A boca de Ohm era mais macia do que ele poderia ter sonhado e, em seu peito, um ponta de tristeza surgiu ao pensar que talvez não voltasse a beijá-lo ou, até mesmo, vê-lo ajoelhado aos seus pés.

Apesar de tudo, tinha sido delicioso, um pouco dolorido, mas incrível. Se fechasse os olhos, Nanon ainda conseguia relembrar da sensação de ter o corpo dele sobre o seu, do toque delicado das suas mãos, que o acariciavam enquanto entrava e saía com uma certa selvageria. Nanon tocou a nuca, onde a respiração dele fez cócegas e lembrou dos melhores gemidos que já ouviu em sua vida e esperava que para sempre ficassem gravados em seus ouvidos.

Ele virou de lado e cochilou mais um pouco, misturando suas lembranças com os sonhos.

Os primeiros raios de sol o acordaram e, a contragosto, ele levantou para tomar um banho. A água fria ajudou a amenizar seu incômodo e ele riu ao pensar que estava perdendo o pouco de Ohm que ainda havia ficado dentro dele.

Nanon sabia que sua imprudência foi o que fez Ohm reagir de maneira tão impetuosa e poderia ter sido muito pior, caso não fosse da sua vontade também. O primeiro homem com quem dormiu o tinha machucado de verdade e foi embora assim que terminou, deixando Nanon para trás, assustado e paralizado pela vergonha e dor.

Nanon jogou água nos cabelos e o sabão escorria por seu corpo de maneira tão suave quanto os dedos de Ohm.

Definitivamente, ele não era igual àquele cara e o sorriso de Nanon aumentou.

Ohm era sempre tão seguro de si e determinado, mas ao se deitar, Nanon notou o quanto ele estava ansioso. Depois da primeira investida, que foi a mais dolorida, Nanon o proibiu de gozar antes dele. Ohm choramingava e gemia dizendo coisas desconexas e chamando por Nanon, implorando com seu incansável “Por favor, Nanon!” enquanto pau dele martelava sua bunda incessantemente.

Naquela hora, ele sabia que Ohm estava bravo, mas se submetia às suas ordens e essa sensação era fantástica. Ele sabia que tinha irritado o chefe além do limite um pouco antes, mas era tão difícil se conter, porque era divertido e excitante provocá-lo.

Nanon se olhou no espelho e a imagem de Ohm enfurecido caminhando na sua direção foi como um sinal para mostrar que ele não deveria ultrapassar esse limite de novo. Desta vez, tudo tinha acabado bem.

Quando sua barriga roncou de fome e o distraiu, ele esqueceu este último grito interior de bom senso e foi procurar por algumas sobras do jantar.

“Victoria Paulette! Por onde você andava?” Nanon jogou um pedaço de frango para a gata, que tinha invadido sua cozinha. Ela pegou a oferta e pulou a janela, sumindo para onde quer que ela fosse.

Ohm corria pela fazenda e, do lugar em que estava, somente Nanon o via e percebeu que ele tentava enxergar dentro do ateliê. Nanon colocou mais comida no seu prato e se debruçou na janela.

Na segunda volta, Ohm sorriu e acenou para ele, que retribuiu com um aceno de cabeça enquanto mastigava. Ele terminou de comer e continuou assistindo ao seu corredor favorito até o momento em que ele voltou para casa. Nanon se espreguiçou e olhou desejoso para a cama. Sua vontade era deitar e dormir o resto do dia, mas não achava prudente.

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