Parte 26

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A briga entre Ohm, White e Mond rendeu assunto por muitos dias. As pessoas ficaram abismadas, principalmente, com o comportamento dos dois empregados, porém, alguns comentaram em segredo sobre a voz determinada e o olhar mortal de Ohm durante a discussão.

Na fazenda, todos sabiam dessas fofocas e quase ninguém dava importância. Ohm era querido e respeitado por todos, ele costumava ser justo e isso era o que as pessoas admiravam nele.

O dia estava calmo e Nanon se distraiu pensando a esse respeito: como Ohm conseguia colocar tamanho medo nas outras pessoas e, ao mesmo tempo, se mostrar frágil e inseguro perto dele.

Desde aquela noite, quando declarou o quanto gostava de Ohm e descobriu que era recíproco, parecia que seu coração batia com mais leveza, seus dias transcorriam com tranquilidade e suas noites eram mais quentes com as visitas dele.

Nanon baixou os olhos para o papel, mas não enxergou nada, pois ele só conseguia pensar em Ohm. Os dois não se viam todas as noites, exatamente, mas era o suficiente para que eles pudessem se conhecer melhor. Um meio sorriso tímido e orgulhoso surgiu no rosto de Nanon ao pensar no progresso de Ohm.

O barulho da cadeira do chefe se afastando da mesa chamou sua atenção e o beijo dele em sua bochecha o fez esquecer de qualquer outra coisa.

“Esse sorriso…” Ohm cutucou a bochecha de Nanon “... é por causa do balancete?”

“Não! Meu trabalho não é tão legal assim.” Nanon respondeu fingindo estar entediado e ergueu uma sobrancelha.

“É para alguém especial?” Somente a ponta do nariz de Ohm encostou levemente em seu rosto enquanto ele sussurrava essas palavras.

“Talvez…” A voz de Nanon falhou quando Ohm colocou a mão em sua coxa e a apertou.

“É para alguém de quem você gosta?” Ohm descia e subia a mão pela coxa de Nanon e mordiscou a orelha dele.

“Ohm, eu preciso trabalhar.” Ele pretendia dizer isso com um pouco mais de determinação, mas Ohm moveu sua mão para cima e sua frase soou fraca, terminando com um gemido em rendição.

“Esse sorriso é meu?” Ohm murmurou e o acariciou por cima da calça e Nanon balançou a cabeça afirmativamente “Eu quero ser dono de todos os seus sorrisos, Non!”

As janelas do escritório sempre foram tão grandes assim?

Por que a porta era tão larga?

Em pânico, sentado na sua cadeira, Nanon olhava para a porta escancarada, para todas as janelas abertas e para cabeça de Ohm, que subia e descia enquanto ele estava ajoelhado aos seus pés, escondido atrás da mesa.

Ele vivia em um dilema entre a urgência em gozar por causa da situação em que se encontrava e a vontade de que isso durasse a tarde toda.

“Eu gosto deste sorriso!”

Ohm limpou o canto da boca e ficou em pé, olhando para Nanon, que arrumava as calças, ainda sem acreditar na ousadia de Ohm.

“É melhor que você não faça isso de novo!” Nanon se espreguiçou.

Seria tão bom se pudesse tirar um cochilo, ele pensou.

“Eu achei que você tivesse gostado. “ Ohm disse sem muita segurança.

“Esse é o problema, Ohm! Eu gostei! Eu gostei muito!” Nanon levantou e foi até ele e o beijou “E se alguém entrasse aqui?”

Eles se enrolaram em uma abraço aconchegante e Nanon sorriu. Ele era uma piada por repreender Ohm e ser tão fraco quanto ele.

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