Parte 31

147 23 106
                                    

Assim que voltaram para o escritório, Ohm pediu para que Tanapon levasse Marie para a casa de Irin.

“Se aqueles dois estão escondidos em algum lugar, prefiro que minha filha fique longe da fazenda. É mais seguro.” Ele disse, Tanapon concordou e saiu.

“E você, Nanon, vai ficar aqui.” Ohm falou na frente de Tia Godji, que sorriu em aprovação “A senhora pode aproveitar a carona de Tanapon, prefiro que a senhora chegue em segurança na sua casa. Eu sou capaz de me virar por uma noite.”

“Tranque todas as portas e janelas, por favor!” Ela disse antes de ir ao encontro de Tanapon.

O silêncio na casa só era quebrado pelo barulho das trancas sendo fechadas.

“Você vai me contar o que está acontecendo?” Nanon falou quando se encontraram na sala, sozinhos.

“Eu estou cuidando da minha família, Nanon!” Ohm falou e caminhou em direção a escada que levava ao segundo andar.

“Eu acredito em você, porque eu te conheço. E por te conhecer, eu sei que não é totalmente verdade!”

Nanon sentia um desconforto crescendo dentro do estômago e tudo ficava pior porque Ohm parecia se recusar a olhar em seus olhos.

“Confie em mim, por favor!” Ohm disse, ficando de costas para Nanon.

“Eu confio!” Nanon o abraçou por trás e deitou a cabeça em seu ombro “Você confia em mim?”

“Sim! É claro que sim.” Ohm murmurou e deitou a cabeça para trás, ao lado da dele.

“É uma ótima ideia que Marie fique com Irin, afinal os dois não sabem onde ela mora.” Nanon comentou “Para quem não te conhece, mostra toda sua preocupação e cuidado, mas eu sei que, se Marie estivesse correndo perigo de verdade, você a traria para casa e ficaria a noite toda acordado, vigiando sua filha.”

Ohm inspirou profundamente.

“Você vai me contar o que está acontecendo? O que você e Chimon fizeram?”  Nanon não tinha certeza se Chimon tinha feito algo, porém ele precisava arriscar.

“Nós fizemos o que era melhor para a nossa família.” Ohm disse depois de um tempo “Não me peça para contar, Nanon, não quero que você se envolva nisso.”

Ohm se virou, receoso de como seria o olhar de Nanon sobre essa quase confissão, e ficou um pouco mais tranquilo porque não havia repulsa ou julgamento no rosto dele, somente preocupação.

“Tem algo que eu precise saber?” Nanon perguntou.

“Você só precisa saber que eles não vão mais nos incomodar.” Ohm respondeu e esperou por alguma reação negativa de Nanon.

“Isso não vai trazer problemas para você ou para Chimon?”

“Não, está tudo resolvido.” Ohm acariciou a bochecha de Nanon, que fechou os olhos e sorriu mesmo que ainda estivesse preocupado.

“Quando você quiser falar sobre isso…” Ele disse sem abrir os olhos.

“Eu te amo!” Ohm beijou a testa de Nanon e o abraçou.

As gotas de suor frio escorriam  por seu corpo e Ohm só relaxou a musculatura quando Nanon o abraçou de volta.

“Eu também te amo!” Nanon inspirou fundo e soltou o ar.

Ohm o pegou pela mão e o levou para o seu quarto e os dois foram para o banheiro.

A banheira era grande o suficiente para os dois. Nanon tinha sentado na frente de Ohm, que lavava seus cabelos, ombros e costas em silêncio. Nanon amava o toque dele pelo seu corpo, ao mesmo tempo, a impressão que tinha era de que Ohm estava concentrado demais em fazer isso, como se tentasse desviar seus pensamentos do que tinha acontecido.

TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora