A noite estava calma, Ohm checou pela quarta vez se Marie estava bem e ela dormia profundamente, então ele desceu as escadas e caminhou para fora da casa.
Para Nanon, a tarde tinha sido longa, tediosa e torturante sem o chefe ao lado dele e ele previa que sua noite seria tão solitária e apreensiva quanto a anterior.
Ele tentava se convencer de que, como Ohm havia passado o dia fora, provavelmente estaria cansado e dormiria cedo, porém ele sabia que este pensamento era uma forma de mascarar seu maior medo: e se Ohm não o procurasse mais por causa daquela discussão estúpida?
Ele cobriu a cabeça com lençol, ansiando pelo sono que não vinha; ele rolou de um lado para outro até se irritar e, então, preferiu se levantar.
As luzes do quarto de Ohm estavam apagadas, a casa estava em silêncio, o mundo todo parecia em silêncio. Sua impressão era de que a brisa da noite era tão suave que, nem mesmo as plantações e as folhas das arvores balançando, seriam capazes de quebrar essa monotonia que o sufocava.
Encostado na porta aberta, Nanon vigiava o caminho entre as duas casas. De que adiantaria ficar olhando para aquele lado? Nada, isso não resolveria nada, mas ele não conseguia tirar os olhos do caminho escuro e vazio que ligava as duas residências.
A princípio ele pensou que sua imaginação junto com o sono estivessem pregando uma peça, mas para sua surpresa, um vulto se movia na noite. Instintivamente, ele tocou o pulso, buscando seu relógio, que não estava lá. Ele estava sozinho para lidar com Ohm novamente.
Assim que parou em sua frente, Nanon notou que Ohm estava abatido e o coração dele pareceu ter sido esmagado dentro do peito. Ohm o olhava e não se movia, como se esperasse por algum sinal.
Era complicado saber o que fazer, porque, para Nanon, o abatimento de Ohm vinha da decisão de terminar com esse relacionamento que nasceu fadado ao fracasso.
Nanon pensou que, se o que disse foi uma bobagem e ofendeu Ohm, ele seria homem o suficiente para lidar com as consequências. Munido de toda força e determinação que conseguiu juntar, Nanon deu um meio sorriso fraco e amuado.
Com dois passos, que mais pareceram pulos, Ohm estava na sua frente, prendendo-o em seus braços com força; ele enfiou o rosto em seu pescoço e inspirou profundamente, fazendo Nanon curvar um pouco sua cabeça, por causa dos arrepios que isso provocou. Ohm estreitou ainda mais o abraço e Nanon correspondeu da mesma forma e, nesta hora, ele sentiu a musculatura das costas dele relaxando conforme inspiravam e expiravam juntos.
“Você está bem?” Nanon sussurrou.
“Agora estou melhor!” Ohm segurou a mão de Nanon e os dois entraram.
“O que aconteceu?” Nanon perguntou porque a cara de Ohm não era das melhores.
“Eu não entendo nada da vida!” Ohm falou a contragosto e deu um sorriso triste.
“Oohm…” Nanon se sentia mal por ter usado essas palavras naquela tarde “Eu queria… por favor, me desculpe! Eu não queria ter dito aquelas coisas.” Ele alisou o pulso vazio do outro braço.
“Não peça desculpas quando você tiver razão!” Ohm o abraçou novamente e deitou a cabeça no seu ombro.
Nanon não sabia o que fazer e acariciou os cabelos dele.
“Eu demiti White e Mond.”
Ainda agarrado ao corpo de Nanon, Ohm contou o que aconteceu naquela tarde.
“Eu nunca imaginei que eles pudessem falar coisas daquele tipo.” Ohm desencostou o rosto do ombro dele e o olhou “Eu não te escutei daquela vez, então sou eu quem tem que pedir desculpas!”
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FanfictionOhm Pawat é um fazendeiro rico, viúvo e pai solo. Nanon Korapat é herdeiro de um circo falido. Eu tinha prometido para mim mesma que só escreveria sobre Pat e Pran, mas nesse caso, eu precisava de um pouco das personalidades de OhmNanon. E, como eu...