Ohm dormia um sono pesado e agitado e seus espasmos acordaram Nanon, que se deitou atrás dele e o abraçou, colando o rosto na sua nuca. Não demorou muito, a respiração dele regularizou, seu peito subia e descia na mesma cadência da respiração de Nanon.
O temperamento explosivo e agressivo de Ohm não era novidade para Nanon, no entanto ele nunca imaginou que o homem, que agora dormia tranquilamente em seus braços, poderia chegar a esse extremo; era difícil acreditar que Ohm pudesse ter feito algo criminoso, mas, como Mond e White sempre se comportaram de maneira grotesca, isso facilitava desencadear uma reação mais violenta. O que o intrigava era a maneira como Chimon se encaixava nessa história e provavelmente ele nunca descobriria.
Nanon aconchegou seu corpo nas costas de Ohm, entrelaçou suas pernas nas dele, puxou o lençol sobre as orelhas e dormiu.
O calor que tinha espantado os monstros dos sonhos de Ohm e o fez dormir em paz, agora começava a incomodar um pouco. Ele abriu os olhos e sorriu por causa da respiração abafada de Nanon aquecendo sua nuca. Ohm se moveu devagar e a perna dele, que estava entre as suas, deslizou com suavidade por causa do suor. Ele fez uma leve careta ao se sentar na cama, mas foi rapidamente substituída por um sorriso ao ver Nanon embolado no lençol.
Ele suspirou e viu que ainda faltava muito para o sol nascer. Na mesa de cabeceira, sua esposa o encarava feliz e ele estendeu a mão e pegou o porta retrato.
“Eu cuidei da nossa Marie!” Ele passou o indicador ao lado do rosto dela e levou o porta retrato até a cômoda mais afastada da sua cama.
No banheiro, Ohm sentia como se tivesse sido rasgado ao meio. Nanon sabia o que estava fazendo e tinha sido bom, melhor até do que ele supunha quando se deitou de costas para o seu homem. No entanto, isso não diminuía o incômodo que ele sentia agora ao tentar se aliviar.
Ele confiava em Nanon. A pessoa em quem ele mais confiava e se entregaria por inteiro era Nanon. O seu Nanon, que o ouvia e o acolhia sem julgá-lo. Ele tinha consciência de que tinha cometido um crime e seu pavor ao perceber que Nanon sabia a verdade quase o enlouqueceu. O que ele faria se Nanon desistisse dele? Como ele viveria sem o companheiro e sem o amor da sua vida?
Tinha sido imprudente se entregar tão completamente a ele, mas para Ohm este era o único jeito de provar que ele pertencia de corpo e alma a Nanon.
“É assim que o senhor quer?”
Ohm jogou um pouco de água fria no rosto enquanto a pergunta de Nanon, sussurrada em seu ouvido algumas horas antes, ecoava em sua memória.
Senhor. Ele não entendia como essa palavra podia causar tantas sensações ao ser pronunciada por Nanon. No começo, ele dizia com deboche, depois com subserviência, mas quando os dois estavam juntos, nos momentos de intimidade, Ohm sabia que o senhor era Nanon.
Ohm olhou no espelho e viu seu rosto ficar vermelho, constrangido pelas lembranças: ele tinha gemido baixinho quando Nanon o penetrou. Logo em seguida, ele concordou com um murmúrio fraco quando Nanon perguntou se poderia meter com mais força, ele ergueu o quadril e pediu, suplicou por mais, porque ouvir Nanon ofegar sobre seu corpo era maravilhoso.
Ele encarou a imagem do espelho analisando se algo havia mudado. Ele ainda era o senhor das terras, ele ainda era o dono da fazenda, ele ainda era o homem da casa, o pai de Marie, o empresário respeitado da cidade. Ele também era o homem de Nanon.
Não existia razão para fingir, na verdade, Nanon era o senhor de Ohm e ele amava isso.
Assim que amanheceu, Nanon sentiu Victoria Paulette tocando na sua bochecha e ele quis espantá-la, mas a mão forte de Ohm o segurou e o trouxe para perto. Ohm abriu os braços e Nanon apoiou sua cabeça no ombro dele e enterrou o rosto na sua garganta, suas pernas se entrelaçaram debaixo das cobertas e Nanon alisou as costas fortes de Ohm. Por sua vez, Ohm misturou seus dedos aos cabelos de Nanon, que eram beijados e cheirado de tempos em tempos.
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Tempo
FanficOhm Pawat é um fazendeiro rico, viúvo e pai solo. Nanon Korapat é herdeiro de um circo falido. Eu tinha prometido para mim mesma que só escreveria sobre Pat e Pran, mas nesse caso, eu precisava de um pouco das personalidades de OhmNanon. E, como eu...