Na manhã seguinte, sua mão estava inchada e vermelha, pois fazia muito tempo desde a última vez que tinha brigado com alguém.
"Pelo menos você não está de ressaca." Nanon pensou enquanto lavava o rosto. Victoria Paulette esfregou a cabeça na sua perna e isso o assustou. A gata correu por causa do movimento brusco e pulou a janela.
Ohm estava ao lado do carro se despedindo de Marie e franziu o rosto, visivelmente irritado quando viu Nanon caminhando em direção a casa.
No escritório vazio, Nanon se sentou e observou as marcas na sua mão: não teria como mentir e, mesmo que quisesse, ele tinha certeza de que Tanapon já tinha contado para Ohm sobre o incidente da noite passada.
Ohm entrou sem cumprimentá-lo e foi para a mesa ao lado. Os dois se ignoraram por boa parte da manhã e Nanon começou a sentir seu coração disparar e a ansiedade o consumir. Ele precisava desesperadamente de um cigarro.
"Senhor, terminei o relatório." Nanon parou em frente a mesa de Ohm e empurrou a pasta na direção dele "Se tiver algo para acrescentar..."
"Você estava bêbado?" Ohm rosnou e esmurrou a mesa.
"Não." Nanon falou com firmeza, contente pela sua decisão de se manter sóbrio na noite anterior "Como eu disse, aqui está o relatório.." ele empurrou a pasta para mais perto dele.
"Por que você foi para lá com o Tanapon?" Ohm o interrompeu e levantou, enfurecido.
"Eu precisava esvaziar minha cabeça, Ohm.... Senhor!" Nanon não se intimidou "E o que você tem a ver com o que eu faço da minha vida?"
"Eu não quero que você se meta em confusão!" Ohm inspirou, fechou os olhos e soltou o ar com força.
"Não teria acontecido nada se aqueles dois não fossem tão desprezíveis." Nanon coçou a nuca e alongou o pescoço.
"Você não deveria ter caído na provocação deles, Nanon." Ohm bateu as duas mãos sobre a mesa, se curvando para frente.
"Se você estivesse no meu lugar, também não gostaria de ouvir as coisas que eles falaram." Nanon percebeu que não o chamou de senhor e pouco se importou.
"Foi alguma bobagem por causa do circo, não foi? Tanapon disse que..." Ohm tentava se acalmar, ele não queria brigar com Nanon, mas pensar nele bêbado ao lado de outro homem, com um amigo, o deixou fora de si.
"Não era uma bobagem sobre o circo, Ohm!" Nanon respirava com dificuldade e suas narinas abriam e fechavam rápido "Eu não me envergonho de quem eu sou ou do lugar de onde eu vim."
"Eu o admiro por isso, Nanon!" Ohm tinha um certo desespero na voz e Nanon sentiu um frio na barriga "E o tempo só mostrou que eu não errei ao contratá-lo. Você não deveria dar atenção a esse tipo de comentário."
"Tanapon disse que a briga foi por causa do trabalho?" Nanon não lembrava bem dos acontecimentos da noite passada e não tinha certeza se a pior parte da conversa tinha ficado somente entre ele, White e Mond.
"Ele disse que os dois estavam implicando com você por causa da sua contratação."
Nanon revirou os olhos e andou em direção a porta e depois foi para o lado da janela, alternando entre manter as mãos na cintura e coçar a nuca.
"Não foi isso o que aconteceu?" Ohm perguntou, parecendo realmente preocupado.
"Não faz diferença. O relatório está aí, eu vou... eu preciso andar um pouco."
"Nanon!" Ohm deu a volta na sua mesa e o segurou, impedindo de sair do escritório "O que aconteceu?" Seus olhos transbordavam de preocupação apesar de sua voz não abandonar o tom autoritário.

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Tempo
FanfictionOhm Pawat é um fazendeiro rico, viúvo e pai solo. Nanon Korapat é herdeiro de um circo falido. Eu tinha prometido para mim mesma que só escreveria sobre Pat e Pran, mas nesse caso, eu precisava de um pouco das personalidades de OhmNanon. E, como eu...