30 de junho de 2024.
Hoje faz-se completo um ano inteirinho de que escrevo crônica. Desde lá foi-se assunto, foi-se vida, foi-se tempo de relatar experimentações diversas, desde a conversa inibida das aves do meu jardim até a desilusão amorosa do meu vizinho – foi-se tempo de aprender, mesmo que pouco, mesmo que – por vezes – inútil. Foi-se embora o amor, voltou, trouxe vida quando voltou, foi-se embora novamente... indo embora de fininho mesmo, de madrugada, saindo pela janela, sem vergonha na cara, mesmo que com saudade no bolso, com ausência declarada – quem dera o cronista que vos relata pudesse saber, de bate pronto à época, que sempre que um amor sai pela janela, abre a porta para outro. Outras pessoas entraram pela porta também, diversas, por diversas portas inclusive, e de jeitos e tamanhos diferentes, cada qual com sua peculiaridade. Houve quem tocou a campainha e ficou, e ficando conheceu o profundo amor e ardor deste que, por hora adora escrever, por dias adora dormir e, por semanas adora ler o que escreve – pois bem, trago-vos um compilado, com as crônicas escritas, lidas, choradas, colocas de canto, rasgadas, viceradas, mas todas elas. Deposito aqui o meu inteiro acervo de todas as cronicidades textuais que pude desfrutar e amargurar durante este pouco tempo.
Houve também quem não tocou campainha nem nada, mas chegou e, chegando ficou, mesmo assim, ainda assim, e que bem que assim – vos agradeço. De nada seria este livro de cronicidades, sem a presença de vocês para testemunhar e viver as memórias aqui relatadas e, quando não: dar ouvidos à elas. Vocês não deram só ouvidos: deram risadas, sorrisos, abraços, deram de tudo. Agora, senhoritas e senhoritos, peço que deem licença, para que meus leitores possam, finalmente, agora, desfrutar das nossas histórias ora vividas, ora sofridas, ora contadas – agora, escritas. Que este livro sirva de exemplo e de motivo para sonhar e manter a esperança viva, de todo o bom cronista. Aos ruins, sintam-se em casa, por vezes também sou ruim (maioria das vezes) e, certamente conseguirão chegar em algum lugar, seja lá qual for, chegarão lá! Mantenham a esperança de pé enquanto mantenho-me deitado. Vocês chegarão lá! Eu mesmo, agora há pouco, acabei de chegar à sala, com sono e sem nada para escrever – devo dormir. Adeus! Aproveitem! Abraço! Boa noite para quem é de boa noite e, para quem é de bom dia, boa noite também – em algum lugar é noite, ou, senão, virá a ser.
Abraço!