mais forte que eu

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(Capitão Nascimento's view)

   Não tive paz até encontrar todos os dados da pirralha promotora: aquilo me deixava instigado e com raiva. Por que ela mexeu tanto comigo? Peguei o carro e fui até seu apartamento: final da Barra da Tijuca, quase Recreio dos Bandeirantes. Um prédio antigo, mas bem conservado, dentro de um condomínio.

-Pois não, qual apartamento deseja? — O porteiro perguntou, sem muita paciência. Devia estar cansado de trabalhar, mas eu estava ainda mais cansado e estressado.

-Sou capitão do BOPE, parceiro. —Disse, enquanto mostrava o distintivo na minha farda. Libera logo minha entrada antes que eu te mostre a visão do inferno.

  O homem, assustado, não pensou duas vezes. Apartamento 801. Toco a campainha, já com raiva daquela puta mirim que não saiu da minha cabeça o dia inteiro.

-Quem te deixou subir? — Ela pergunta, surpresa ao me ver.

  Essa é a parte boa de ser policial: você sabe tudo sobre todo mundo, entra onde quer, consegue as coisas com mais facilidade. Obrigado, banco de dados.

  Entrei como se já a conhecesse e tivesse estado na casa antes: sem muita cerimônia, fui direto ao ponto: o processo. Mas, naquela altura, eu já não sabia o que tinha me levado até ali: seria mesmo o processo, ou a própria promotora?

-Acho que você esqueceu que eu sou policial. Quero que você arquive esse caso. Agora.

-Ou o que, capitão? Vai me prender? Ou mandar me matar? — Ela disse olhando nos meus olhos, me deixando ainda mais louco. Ela não era inocente: sabia jogar meu jogo. E sabia me tirar do sério. Puta merda!
Sua fala foi o suficiente pra me deixar com raiva e me encher de tesão. Porra, me sentia com vinte anos de novo.

-Pirralha do caralho!

Nessa altura, eu já estava fora de mim, e duro como nunca. Agarrei seu pescoço com meu jeito violento, desejando aquela garota só pra mim.

-Você tá me deixando louco desde cedo, doutora. O que você tem?

-Vai ter que descobrir, capitão. Você não veio pela denúncia, veio por mim. Veio porque eu te deixei doido quando entrei na sua sala, não foi?

  Que diabo de garota! Ela sabia exatamente o que eu queria. Sabia mexer com minha cabeça. Não só a de cima.

-Desgraçada.

Seu olhar malicioso me deixava ainda mais louco; eu acariciava seu rosto e nossos corpos se aproximavam cada vez mais. Aos poucos, ela foi se abrindo pra mim, e eu, fui tomando liberdade pra beijar seu pescoço, enquanto ela gemia baixo, até chegar em seus seios. Quando eu menos esperava, ela me empurra pra trás, desgrudando nossos corpos. Inferno.

-Pensou que eu ia te dar tão fácil assim, capitão?

Filha da puta! Me deixou maluco de vontade e não me deixou nem começar direito. Aquela pirralha tinha algo diferente que eu ainda não soube decifrar: seu jeito desafiador aumenta a adrenalina no meu corpo, e os seus olhares eram de matar qualquer homem. As tatuagens por seu corpo deixavam ela ainda mais atraente; estava ansioso pra saber o significado de cada uma. Seu sorriso era absurdamente lindo.

O trabalho me suga tanto que eu mal tenho ânimo pra sair e conhecer alguém direito. Sempre que conheço, é alguma puta sem futuro mulher de morro, ou não passa de uma transa. Mas a promotora, apesar de ser uma pirralha, era diferente. Fiquei hipnotizado, e estava disposto à correr o risco.

 Fiquei hipnotizado, e estava disposto à correr o risco

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Justiça e Amor  | Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora