suspeita

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(capitão nascimento)

   Acho que desacostumei dessa vida de solteiro. Em todo momento, mesmo sentado num bar em plena Lapa com meus melhores amigos, só desejava duas coisas: Maria e a minha cama. Conversa vai, conversa vem, falamos sobre o batalhão, sobre outros policiais, e sobre as nossas vidas em particular.

-Só uns dois copos e eu vou embora. Tô avisando.

-Ah, para, porra! Só saio daqui com alguma mulher hoje. — Matias diz, sentando na mesa.

-Boa sorte. A minha tá na casa da minha mãe, me esperando.

-O que uma mulher de verdade faz na vida do homem, não é não, Nascimento? Quem vê nem pensa que era uma a cada semana. — Neto diz, enquanto chama o garçom.

-Para com essa porra, Neto! — Respondo, rindo. -Agora eu sou um novo homem.

-Vamos ver até quando. — Ele responde, bebendo um gole da cerveja. -Porra, Matias, olha aquela morena ali na mesa do lado. Puta que pariu!

-Acha que eu ainda não vi? Ela tá olhando pra cá desde que a gente chegou. A amiga dela também não fica pra trás...

-Tá querendo eu ou você?

-Ou o Nascimento, né.

-Eu não. Tô fora dessa.

-Quem pegar, pegou, Matias.

-Eu que vi primeiro! Fica com a outra.

-Vocês parecem dois adolescentes. — Digo, balançando a cabeça em negação e rindo. -Eu vou pra casa, boa sorte aí.

-Ah, que isso, capitão! Tá cedo ainda.

-Vocês estão com a vida ganha. Eu não. — Digo, enquanto me despeço dos dois, indo em direção ao meu carro. Era um dia movimentado na Lapa; a noite estava linda.

Foi um dia cansativo, mas bom. Acho que essa foi, de longe, uma das melhores operações que eu já fiz: não sei se por ódio ou por amor. Sinto a sensação de missão cumprida, e fico feliz em saber que vou poder voltar pra casa da minha mãe. Apaziguar o Turano não estava sendo uma missão fácil no começo; acho que eu só precisava de uma motivação maior pra terminar o trabalho. E consegui.

No caminho de volta pro Recreio — que por sinal, estava um trânsito do caralho — reflito sobre minha vida dentro do BOPE, sobre o tanto de tempo que eu já estava lá; e o tanto que eu estava cansado dessa vida. Acho que o tiro que eu tomei foi o meu ápice, o momento que eu parei pra pensar que talvez lá não fosse mais o meu lugar. Queria que Matias fosse o meu sucessor, mas, ele ainda precisa amadurecer muito, e isso me tomaria um bom tempo. Merda.

Depois de longas uma hora e meia, finalmente chego em casa. Abrir a porta e não encontrar Maria era, no mínimo, estranho. Me acostumei a viver com ela em tão pouco tempo, e quando ela não está por perto, parece que falta alguma coisa. E realmente falta. Tomo um banho frio, abro uma cerveja e finalmente mato a saudade de ouvir a sua voz, mesmo que de longe.

-Cheguei em casa, pequena. Tudo bem aí?

-Sim. Sua mãe trouxe umas amigas pra cá, agora que eu deitei. Acho que eu tô bêbada...

-Uma pena eu não estar aí pra te ver desse jeito. Você vira uma diaba.

-E você gosta.

-Muito, gostosa. Tô com saudade.

-Eu também. Acha que vai conseguir voltar?

-Eu já fiz o que precisava fazer. Só vou acertar umas coisas com o Carvalho amanhã, e depois, sou todo seu de novo.

-Tô esperando. Você está bem? Tomou seus remédios?

-Sim, mãe.

-Vai se fuder!

-Com você. Assim que eu chegar.

-Vem logo. Te amo, capitão.

-Te amo mais. Descansa.

Por um momento, sinto raiva por ter agido no impulso e ter voltado pro Brasil; por outro, fico feliz em saber que ela está em boas mãos, e que se deu super bem com a minha família. Todas as vezes que paro pra pensar nisso, me pego lembrando da reviravolta que minha vida teve depois que ela apareceu; Maria me ensinou a ter um coração de novo. Me deu motivos pra voltar pra casa, motivos pra fazer planos e tirar o trabalho do topo da minha vida. Agora, quem ocupa esse lugar é só ela. E mais ninguém.

Pronto pra deitar, já apagando as luzes, meu telefone toca.

-Oi, mãe.

-Filho? Tudo bem aí?

-Sim, cheguei em casa agora há pouco. Falei com a Maria agora também. Ela disse que vocês fizeram uma festa...

-Só chamei umas amigas pra cá. Beto, tô achando ela inquieta demais... o dia foi bom, brincamos, rimos, bebemos. Mas parece que tem alguma coisa incomodando ela. Ela ainda está acordada, acho que não consegue dormir.

-Eu falei com ela agora, mãe. Ela até disse que estava meio bêbada. Deve ser isso.

-Não é! Ela está assim desde cedo. Quando você volta?

-Provavelmente amanhã, eu ainda não sei.

-Você engravidou a menina, Roberto?

-Mãe!

-Ué, porra! Ela está pensativa demais. Tem alguma coisa estranha...

-Quando eu voltar eu resolvo isso. Cuida dela, tá bom? Te amo.

-Te amo, filho. Seu irmão tá com saudade.

-Manda um abraço pra ele.

   De novo esse assunto da gravidez.
Não que não fosse possível; era possível até demais, mas, ao mesmo tempo, me recusava a acreditar, já que ela se cuida direitinho. Fico com esse assunto na cabeça por um tempo, refletindo se era realmente verdade.

 Fico com esse assunto na cabeça por um tempo, refletindo se era realmente verdade

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NOTAS

gente!! me desculpem pela ausência aqui.
estava ocupada com um evento da escola e precisava descansar. me perdoem o capítulo pequeno, só vou postar pq sei q vcs estão pedindo muito! os próximos serão mais elaborados ❤️
sobre o tiktok: minha conta está com um aviso de suspensão, então, ainda não posso postar. tô esperando pra ver se sai. em breve voltamos com tudo!! recebi muitas msgs de vcs e fiquei mt feliz pelo carinho. obrigada!!!! amo vocês ❤️

Justiça e Amor  | Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora