conforto

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(Maria Carolina's view)

Apesar de ter passado quase o voo inteiro acordada, chegar naquele lugar me deixou mil vezes mais elétrica; qualquer um se encantava pela magia de Orlando, e eu, sou suspeita pra falar, sou apaixonada pela Disney desde criança. A mãe de Roberto é linda! Fiquei encantada, ela parecia ser jovem, tinha um cabelo impecável, e seus olhos tinham cor de mar. Fiquei muito feliz em conhecê-la, e ela, também.

A casa dela ficava num condomínio de luxo em Winter Garden. Parecia um resort: fiquei encantada. A vista pro lago deixava tudo mais bonito, além da linda piscina de borda infinita. De longe, consigo avistar outras casas enormes ao redor do lago, lanchas e jet-skis. Era lindo.

-A casa é de vocês. Fiquem à vontade! — Sofia diz.

No mesmo instante que ela diz isso, ouço o barulho de alguém descendo as escadas rapidamente: Bento.

-BETO!!!! Que saudade! — Ele grita, correndo pros braços do irmão.

-Como você cresceu, pequeno. Daqui a pouco vai passar meu tamanho. — Beto diz, sorrindo, retribuindo o abraço. -Vai falar com a tia Maria, fiquei sabendo que estava ansioso pra conhecê-la.

-Tudo bem? Prazer em te conhecer, Bento! Roberto falou muito de você.

Ele sorri, envergonhado. Sofia oferece café, e eu aceito sem pensar duas vezes; estava morta de cansada.

-Como foi a viagem?

-Foi tudo bem, não pegamos turbulência. — Beto responde, sentando no enorme sofá da sala, e eu o acompanho. -Só estamos cansados.

-Não estamos não! Vamos aproveitar o dia. — Retruco. Eu estava morta também, mas queria curtir o dia. Seria um desperdício descansar em dólar.

-Ela é ligada no 220, que nem você, mamãe. — Beto diz, apontando pra mim.

-Ela está certa! Deixem pra descansar no Brasil. Maria, me conta sobre você! Como se conheceram?

-Eu sou promotora de justiça. A gente se cruzou por causa de um caso que eu peguei, um processo contra o BOPE. Contraditório, mas, mesmo indo contra o batalhão dele, ele me protegeu. O processo era muito delicado, e do jeito que as coisas funcionam na política, tentaram me matar, e graças a ele e ao Matias, sargento do BOPE também, nada de ruim aconteceu comigo. — Respondo, passando a mão na nuca de Beto, fazendo carinho.

Ela se espanta enquanto eu conto.

-Nossa! Que bom que você não se machucou e está tudo bem agora. Tão nova, mas tão focada: promotora de justiça. Parabéns pela determinação e coragem!

-Obrigada! — Digo, tímida. -Acabamos sendo afastados do trabalho; Beto se acidentou, e eu, depois do ocorrido, peguei trinta dias. Ele falou muito de você; queria te ver o quanto antes, mas o trabalho não deixava. Quando a licença saiu, não pensei duas vezes em vir.

-Fizeram muito bem. Vai ser ótimo o tempo que passarem aqui.

   Bento chama Roberto pra brincar, no segundo andar da casa. Ele sobe, e eu fico a sós com Sofia. Conversamos mais um pouco, conto da minha vida e da trajetória como promotora. Ela conta que cursou alguns períodos do direito, mas acabou largando e se encontrou no turismo, área que trabalha até hoje, como promoter de eventos em hotéis de luxo por toda a Flórida.

-Já vi que você gosta de comprar. Três malas, você é das minhas! Topa ir no outlet? — Ela sugere.

-Claro! Roberto está cansado, é bom que ele fica em casa aproveitando o irmão.

    O carro dela era lindo, um modelo que eu nunca havia visto no Brasil. Fiquei feliz e aliviada ao perceber que ela gostou de mim, e eu também gostei dela. Teríamos uma ótima relação. No caminho, continuamos conversando.

Justiça e Amor  | Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora