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Marina

    O sol da manhã iluminava Munique, espalhando seu calor suave enquanto eu e Lamine começávamos a acordar lentamente. O quarto ainda estava envolto em uma calma preguiçosa, mas sabíamos que o dia seria longo. Eu me espreguicei e me levantei, trocando de roupa com cuidado para não acordar Lamine. Antes de sair, fui até ele e dei um beijo suave em sua testa.

— Nos vemos em Berlim, pretinho — sussurrei, sorrindo ao vê-lo abrir os olhos com um sorriso sonolento.

Saí do quarto dele e fui direto para o meu, onde as meninas já estavam de pé, organizando suas coisas. Assim que abri a porta, fui recebida por um grito entusiasmado da Ceci.

— BOM DIA ALEGRIA! — ela berrou, me assustando tanto que quase deixei a mala cair.

— Bom dia, Ceci. Você está muito animada — respondi rindo, enquanto abria minha mala e começava a arrumar minhas coisas.

— Marina, você nem imagina — Lari disse do banheiro, onde estava juntando suas maquiagens. — O Militão meteu mais um processo na Karol.

— Puta merda, garoto chato do caralho. Pra pagar pensão ele some, mas pra meter processo, esse bucetudo tá sempre aí — reclamei, ecoando o sentimento de todo mundo que estava cansado dos dramas do Militão.

— Né, mano? — Maria concordou, indignada. — Já não basta estar com a ex do Karolino, agora vem com essa de processo.

Terminamos de arrumar as malas e descemos para o restaurante do hotel para tomar café da manhã. Todo o grupo já estava lá, e assim que terminamos de comer, a Danda — ou Senhora Smith, como preferirem — nos apressou para sairmos. Em dez minutos, estávamos todos na van, prontos para encarar a longa viagem até Berlim.

Subi para o banco da frente, ao lado da Danda, enquanto ela dava partida na van e nos colocava na estrada.

— Danda, fala pra nós — comecei, curiosa. — Como foi o encontro com aquele cara ontem?

Danda revirou os olhos, e todos na van riram, já esperando uma história cheia de desastres.

— Ai, nem queira saber, querida. Um pesadelo total — ela disse, e todo mundo explodiu em gargalhadas.

— Ninguém mandou abandonar a gente — Álvaro disse, debochado, e o Rúben concordou, rindo.

— MARINA, CADÊ A JBL? — Lari gritou do fundo da van, e todos começaram a perguntar a mesma coisa.

Revirei minha mala e tirei a JBL, entregando-a à Lari. Levei a mala comigo para a frente e me acomodei novamente no banco do lado da Danda.

Logo, o som explodiu na van tocando "então salva na espanhola", fazendo todo mundo começar a cantar junto. Lari abaixou o som um pouco para ouvir a Danda continuar a história.

— Vocês não têm noção. Pra começar, o cara era um machista do caralho — Danda disse, e todos ficamos indignados, com os olhos arregalados. — Ele passou o tempo todo explicando o jogo pra mim, como se eu não entendesse nada. E ainda teve a audácia de dizer que não sabia por que marcou o encontro no estádio, já que mulher não sabe nada de futebol.

— Nossa, que cara idiota! Você deu um fecho nele, né? — Maria perguntou, com todos nós assentindo em aprovação.

— Menina, ele ainda ficou bravo porque comemorei o gol da Espanha. Aí eu fui embora, entrei na bancada do lado espanhol e fiquei lá. Nem falei nada pra ele, só fui embora — Danda respondeu, com um sorriso satisfeito.

— Fez o certo, Danda. Diva — Ceci disse, e todos concordaram.

— Aumenta essa merda de som aí, ainda temos horas de estrada pra fazer. Vamos curtindo! — Danda exclamou, rindo, e Lari aumentou o volume.

Leal-Lamine YamalOnde histórias criam vida. Descubra agora