Alfonso percebeu que podia, sim, ser bem ruim, ou ainda pior, quando pararam em frente a uma farmácia.
— Não estou entendendo. Esse é o endereço que vovó deu?
Ele olhou para o papel outra vez e depois para o relógio. Estava ficando tarde, e, embora não se importasse de passar tempo com Anahí, não havia a menor chance de ele ficar com ela durante a noite, não com seu corpo reagindo daquele jeito. Acabaria estragando tudo. Uau, já estava começando a fugir!
Nunca pensou que veria o dia em que isso aconteceria.
— Então acha que devíamos ir embora? — perguntou Anahí.
— Vou ligar para ela. — Alfonso pegou o celular e telefonou para vovó, que atendeu no segundo toque.
— Que foi?
— Estamos na farmácia, onde deveríamos pegar o presente. Você por acaso nos deu o endereço errado?
— Não.
Droga! Até mesmo a paciência de um padre seria testada por aquela mulher!
— Está bem. Então, o presente está aqui na farmácia.
— Sim, estão.
— Estão?
Vovó gritou alguma coisa e cobriu o telefone com as mãos. Então pigarreou.
— Sim, só precisa ir lá dentro e pedir as coisas que estão em nome de Alfonso Herrera.
— Por que você botou a encomenda no meu nome? Vovó parou e riu. — Ah, já estou indo!
— Oi?
— Não é com você. — Ela deu uma risadinha. — Está no seu nome porque é você quem vai pegar tudo. Agora, vá lá e procure o gerente, que é uma pessoa ótima. Ele deve estar trabalhando hoje à noite, e está à sua espera.
— Vovó, eu não queria perguntar...
— Então não pergunte! — O celular ficou mudo.
Alfonso soltou um palavrão e guardou o aparelho no bolso da frente.
— Algo me diz que não deveríamos entrar.
Ignorando-o, Alfonso abriu a porta.
— Vamos lá. Cadê sua coragem? É só uma farmácia. Ela deve ter comprado um cartão-presente ou algo do tipo. Só precisamos pegar.
Alfonso pensou em como deveria aprender a ouvir a voz da consciência. Aquela que gritava coisas como PERIGO! ou ALERTA VERMELHO! quando se está prestes a cair em uma armadilha. Aquela situação era claramente uma armadilha.
Em vez de ouvir a voz da consciência, ignorou-a.
Principalmente porque Anahí estava andando mais à frente, e ele ficou hipnotizado pelo movimento de seus quadris. Não havia nada a fazer, além de segui-la. Mas ele realmente deveria ter ficado onde estava. Soube disso no instante em que entraram na loja e ele se apresentou.
— Ah! — Bob, o gerente, estendeu a mão. — Estávamos esperando você! Acho que tenho tudo o que sua avó pediu para esse casamento bem aqui! — Ele deu uma piscadela.
Alfonso fez careta.
Anahí olhou para dentro da cesta. Realmente, não deveria estar fazendo isso. Bob, pensando que ela não tinha conseguido ver, despejou o conteúdo no balcão.
— Então. — Bob pigarreou. — Sua avó expressou o interesse em bisnetos. Esses são os melhores testes de fertilidade do mercado. Eles vão, é claro, mostrar quando esta doce jovem — ele indicou Anahí com uma das mãos — estiver ovulando. Sabe como usá-los, senhorita?
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Simple Past
Fanfiction"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Alfonso Herrera é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Anahí Port...