Dezoito

133 13 3
                                    

Se alguém tivesse dito a Anahí, na manhã daquele dia, que ela passaria o melhor aniversário de sua vida em uma casa milionária em Alki Beach, ela certamente teria rido. Era difícil de acreditar que aquilo estivesse mesmo acontecendo.

Vovó fora ao centro e comprara um bolo red velvet tão delicioso que até parecia mentira, com a cobertura mais maravilhosa que ela já provara. Comprara também os ingredientes para fazer margaritas, a bebida favorita da aniversariante.

Mas desde então, isto é, desde a chegada de vovó, Alfonso estivera distante, quase frio. Anahí torcia para que não fosse por causa dos beijos. Ela ficara chateada, e ele só tinha tentado ser legal. Como ele mesmo tinha dito, aquilo não era real. Não contava, porque era aniversário dela. Não era assim?

— Como estão as coisas? — perguntou ele, sentando-se ao seu lado. — O melhor aniversário de todos?

Anahí riu e bateu a taça na dele.

— O melhor aniversário de todos. Isto é, a não ser que vovó taque fogo em alguém. Acho que isso estragaria um pouco.

— Vamos ter sorte se ninguém acabar no hospital — comentou Andres, de onde estava, na praia.

Durante a última hora, ele e vovó estiveram lutando contra os fogos de artifício — uma batalha perdida — enquanto todos os outros bebiam margaritas e assistiam à cena.

— Fico feliz por termos feito isso antes de começar toda a loucura do casamento — acrescentou Maite — Já é legal só o fato de estarmos todos juntos aqui.

Vovó bufou enquanto pegava outro fósforo da caixa. Andres se afastou um pouco enquanto ela o sacudia no ar.

— Loucura do casamento, isso mesmo. E acho que não vou perdoar vocês por terem convidado Petunia.

Andres gemeu.

— Ela é sua irmã, vovó.

— Ela é uma decepção! — Vovó socou o ar.

— O que ela fez? — perguntou Anahí, ignorando o fato de Alfonso estar fazendo "não" com a cabeça e de Andres estar gesticulando freneticamente por trás da avó.

— O que ela fez? — repetiu vovó. — O que ela fez?

— Ela começou a repetir — gemeu Alfonso . — Mau sinal. Rápido, pegue outra margarita para ela!

Vovó deu-lhe um tapa forte na nuca e se aproximou de Anahí

— Minha irmã me chamou de meretriz.

A loira mordeu os lábios, tentando não rir.

— E no meu casamento!

Alfonso ergueu a mão.

— Vovó, sabe que ela só disse isso porque você estava em cima da mesa...

— Shhh! — Vovó o dispensou com um gesto. — Ela é uma puritana que só se veste de branco.

Anahí franziu a testa.

— Por que só branco?

Alfonso gemeu ao seu lado, mas ela o ignorou. Vovó jogou o fósforo na fogueira e sacudiu a cabeça.

— Ela diz que vermelho é a cor do demônio.

— E preto?

— A cor do inferno.

— Azul? — Anahí precisou perguntar.

— Tristeza.

— Ora, mas isso é bobagem!

Simple PastOnde histórias criam vida. Descubra agora