Anahí bebeu a segunda taça de vinho e se sentou em frente à mesa grande que fora arrumada do lado de fora. O jantar era um bufê completo. Normalmente, seria oferecido pelos pais da noiva, mas, como eles não podiam estar presentes, todo o clã Herrera estava pagando aquela festa.
Algumas tendas de comida estavam espalhadas pela lateral do jardim. A mesa principal, para os convidados diretamente envolvidos na cerimônia, era comprida e estava ornada com flores tropicais e diferentes tipos de vela. Tudo era tão romântico que partia o coração dela.
Vovó se sentou ao lado de Anahí e olhou para a taça de vinho.
— Quantas você já bebeu?
— O suficiente. — ela suspirou.
— Hum. — Vovó abriu a grande bolsa e pegou um envelope pardo. — O pastor me deu permissão para que vocês assinassem separadamente, já que estão de birra.
Anahí olhou para a habilitação de casamento.
— Não era para a gente preencher isso amanhã?
— Argh. — Vovó a calou com um gesto. — É só mais um detalhe com o qual não precisaremos nos preocupar amanhã. Assine aqui.
Ela puxou apenas a ponta do papel, de maneira que a maior parte continuava coberta. O que era ótimo, na opinião de Anahí, pois ela não queria ver o lugar destinado à assinatura de Alfonso. Os dois tinham perdido a cabeça. Anahí nem conseguia lembrar o motivo por que estava tão brava com ele. Se parasse para pensar, veria que não era raiva. Na verdade, sentia-se completamente humilhada e rejeitada.
Ele fez com que ela se apaixonasse. E ela se apaixonou.
Muito.
Depois do casamento, eles seguiriam caminhos diferentes, e ela ficaria jogada no sofá, desempregada, lamentando o fato de que o único cara que já tinha amado na vida não retribuía o sentimento. Ou apenas não a queria o bastante para tentar amá-la.
Ela assinou o papel depressa e devolveu a caneta a vovó.
— Ora, ora. — Vovó deu tapinhas nas costas dela.
— Vai ficar tudo bem. Confie na sua avó.— Só tem um problema. — Anahí se inclinou para perto de vovó e sussurrou: — Você não é minha avó.
O sorriso no rosto de vovó se alargou só um pouquinho, antes de voltar ao normal.
— Ora, mas é claro que sou! Você se lembra de quando eu lhe disse que iria estragar a vida de Alfonso?
Anahí não estava muito a fim de falar sobre ele. Ela assentiu, mas tentou fingir que não estava interessada.
— A vida de meu neto já estava estragada. — Vovó deu tapinhas na mão de Anahí. — Foi estragada na hora em que ele a viu naquele vestido de casamento. Eu comprei o vestido, sabia?
— O quê? — exclamou Anahí, e sua voz saiu aguda, chamando a atenção dos convidados ao redor da mesa, que aguardavam o primeiro prato. Ela tossiu e se escondeu por trás dos cabelos loiros. — Diga que isso é brincadeira, vovó!
— Ops. — Vovó deu de ombros. — Achei que tivesse gostado. Ficou lindo em você. Maravilhoso. — Ela se serviu de uma taça de vinho e fechou os olhos enquanto tomava um longo gole, então botou a taça de volta na mesa. — Além disso, pode ser que você precise de um, qualquer dia desses.
— Sei. — Anahí lutou para esconder as lágrimas. — Acho que tudo é possível.
— Ah, mas é mesmo! — respondeu vovó. — Sabia que eu sempre quis ser uma fada madrinha?
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Simple Past
Fanfiction"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Alfonso Herrera é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Anahí Port...