— A gente precisa parar de dizer que vai ser rápido.
— Anahí suspirou enquanto observavam a velhinha que digitava usando apenas os indicadores.— Então... — Blanche, a dona da loja de bolos, parou de digitar. — Qual é mesmo o sobrenome?
— Herrera — respondeu Alfonso, bem devagar.
— Pode soletrar, por favor? — A senhora sorriu, revelando fileiras de dentes que pareciam dentadura.
— Ah, claro. H-E-R-R-E-R-A.
— H. — Ela digitou e olhou para cima.
Anahí por pouco não conseguiu segurar o riso. Precisou desviar o olhar.
— E. — Alfonso fez uma pausa.
E lá estava Blanche, olhando para cima outra vez. Mas que droga! Aquela mulher seria um teste de paciência até mesmo para os santos!— R. — continuou ele.
— Her? — perguntou Blanche. — Tão curtinho! Que tipo de sobrenome é esse?
— Não, não, não — Alfonso se inclinou sobre o balcão.
— Tem mais quatro letras.
— Ah! — Blanche levou as mãos às bochechas e deu uma risada. — Desculpe, querido. Esse cérebro velho já não funciona como antes!
— Ele ainda funciona? — murmurou Anahí. Alfonso lhe deu uma cotovelada e continuou a soletrar.
— R.
Blanche apertou a letra no teclado e olhou para cima. Sério, daria para assar um pão no tempo que ela levava para digitar um nome. Continuou até o fim.
— A.
Os dois suspiraram quando a atendente finalmente digitou a última letra e apertou "enter".
Os únicos sons na loja minúscula eram o zumbido do computador e o violino que tocava baixinho, como música ambiente. Alguns cupcakes estavam expostos em um porta-bolo colocado diante da máquina registradora e havia alguns bonequinhos de bolo espalhados por ali. Era uma loja realmente pequena.
— Ah, não! — A atendente suspirou.
Alfonso olhou para Anahí. Uma expressão de completa irritação passou por suas feições perfeitas antes de ele perguntar, com a voz contida:
— Blanche, algum problema?
— São os bonequinhos.
— Sim?
— Os que foram entregues são um pouco diferentes dos modelos encomendados. Tentei ligar para o número cadastrado, mas ninguém retornou a ligação.
— Que número? — perguntou Alfonso.
As mãos lentas de Blanche navegaram pelo teclado. Dois minutos depois, a senhora lia um número na tela.
— Vovó! — disseram Anahí e Alfonso ao mesmo tempo, como se fosse um palavrão.
— Posso pegar os bonequinhos, vocês dão uma olhada e decidem o que fazer, que tal? — Blanche ergueu uma das mãos no ar. — Vou lá. Só preciso encontrar...
Quando ela desapareceu nos fundos da loja, Anahí se apoiou no balcão e suspirou.
— Quando ela voltar, estarei velha demais para ter filhos.
— Ao menos não terá todos aqueles gatos.
— Muito obrigada, sr. Sensível. Obrigada.
Ele deu de ombros e percorreu o olhar pela loja.

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Simple Past
Fanfiction"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Alfonso Herrera é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Anahí Port...