Furiosa, Maite saiu atrás de Alfonso, mas não o encontrou em lugar algum. Maldito fosse, por escolher justamente aquele fim de semana, na semana do casamento dela, para encontrar a consciência! O momento não podia ser pior! Mas a expressão nos olhos dele quando olhou para Anahí e depois para o restante da família...
Aquilo a tinha deixado enjoada.
Sim, ele era um babaca, mas qualquer um que não fosse cego podia ver que estava tentando, exceto pela pequena recaída da noite anterior. Mas ele lhe dissera que não tinha acontecido nada. Homens que tinham aquela expressão no olhar não estavam mentindo... Ele estava vulnerável demais, sensível demais para fazer algo do tipo.
— Maite... — chamou Andres, na entrada na casa.
Ela não estava suficientemente escondida pelas paredes do corredor. Os passos dele soaram mais próximos, até que ele parou logo atrás dela.
— Que foi?
— Desculpe.
— Isso não basta.
— Que droga! — Andres a segurou por trás e a virou, prendendo-a contra a parede. — Eu pedi desculpas.
— Por que está se desculpando, exatamente? Por ter sido um babaca com seu irmão? Por dizer a ele que ficasse longe da única garota de quem ele gosta de verdade? Ou por falar mal dele o tempo todo na frente dos seus pais, e até de Jamie, hein? Pode escolher. — Ela tentou se soltar, mas ele era grande demais. Um músculo tremia em sua mandíbula, enquanto ele se aproximava. Por que ele tinha de ser tão atraente? Seria bem mais fácil brigar se ele fosse feio, ou se a gagueira da infância decidisse reaparecer agora.
— Escute. — Ele a segurou no queixo e a fez olhar para cima, então sorriu. — Não posso evitar.
— Esse é o pior pedido de desculpas de todos os tempos.
— Não terminei. — Os olhos dele brilharam quando ele beijou seus lábios com delicadeza e se afastou. — Ainda tenho problemas com ele. E você deve entender por quê, Mai. Quer dizer, ele dormiu com você e depois a abandonou, na faculdade. Ano passado ele estava considerando casar com você e manter uma amante. E ainda pensando que essa fosse de fato uma boa ideia! Ele a usou para conseguir uma promoção no trabalho e, alguns meses depois, você quer que eu comece a confiar nele? Ele ainda não nos provou nada. Confiança precisa ser conquistada, e ele ainda não aprendeu nada. Nunca precisou.
Maite suspirou e mordeu o lábio antes de responder.
— Entendo o que você está dizendo, mas preciso que confie em mim. Conheço aquela expressão no rosto dele. Conheço Alfonso. Ele é seu irmão, eu sei, mas era meu melhor amigo quando criança. Acho que ele está cansado de ser a ovelha negra, mas não vai melhorar se sentir que nunca terá uma chance. Talvez a gente devesse deixar as coisas fluírem, o que acha?
Andres soltou um palavrão.
— Então, o que você quer? Que eu vá lá e dê um abraço nele, ou coisa do tipo? Sinto muito, mas deixar as coisas fluírem significa não apenas que estaremos apostando em Alfonso, mas também que, se perdermos, o que tem noventa por cento de chance de acontecer, aliás, vovó vai cantar bem no nosso casamento. E por uma hora inteira, enquanto as pessoas vão beber até a morte.
Ah, Andres! Tão bruto e protetor! Era por isso que ela estava se casando com ele. Era o homem mais atraente que já conhecera, e seria todo dela. Com um sorriso provocante, ela se inclinou e roçou os lábios nos dele.
— Quero ver você tentar. Por favor? Por mim?
— Tentar? — A voz dele estava rouca. — Tentar o quê?
— Tentar não ser um babaca e dar uma chance a ele. Andres gemeu, com os lábios colados aos dela, empurrou Maite com mais força contra a parede e alinhou seus corpos, erguendo-a nos braços e trazendo-a para bem junto de si.
— Está bem, vou tentar. Mas, se vou tentar a sorte com ele, é melhor você fazer o mesmo com vovó.
— O quê? — Os lábios dele se afastaram dos dela e desceram pelo pescoço, deixando uma trilha de fogo.
— Vovó. Tente despistá-la hoje à noite — disse ele.
— Por quê?
Aquilo era novo? A língua dele provocava sensações tão boas ao passar pela base de sua garganta que ela apertou a blusa de Andres e gemeu.
— Porque quero você. — Usando os dentes, ele puxou o decote do vestido de Maite e começou a provocá-la, descendo por seu corpo. — E posso morrer se eu não a tiver.
— Não se comporte como um menino.
Ela arfava.
— He-hem — pigarreou uma voz, vinda da sala. Soltando um palavrão, Andres pôs Maite de novo no chão, devagar, e a empurrou para a frente de seu corpo.
Covarde. Vovó estava lá, de braços cruzados, encarando-os com o olhar fuzilante.
— Atenção às regras, vocês dois. Parecem crianças.
— Eu não ia querer que minhas crianças se comportassem assim... — começou Andres, atrás de Maite. Ele tinha que dizer alguma coisa.
Vovó estreitou os olhos enquanto avançava o restante do caminho até os dois, pisando forte. Como uma boa noiva, assim que vovó parou diante dela, Maite lhe deu passagem. Então vovó conseguiu pegar Andres pela orelha e arrastá-lo pelo corredor.
— Muito obrigado, Maite! — gritou o noivo enquanto vovó o carregava para fora da casa.
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Simple Past
Fanfiction"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Alfonso Herrera é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Anahí Port...