Cinquenta e quatro

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— Acho que vou morrer. — Andres soltou um palavrão. — Só para você saber, acho que vou mesmo morrer. Vai sair no jornal. As pessoas vão rir. A situação vai ficar feia, Mai. Só estou avisando.

— Só por precaução? — ela tirou a blusa.

Os olhos de Andres ficaram escuros.

— Isso, só por precaução.

— Entendo. — Ela tirou o short e o jogou no chão.

— Mas que merda! Estou me sentindo como uma criança!

— Você está tentando acabar com o clima? — Maite olhou de cara feia, botando as mãos nos quadris.

Ele desviou os olhos.

— É, não foi isso mesmo o que eu quis dizer.

— Pode explicar melhor?

— Me sinto um adolescente. — Andres abriu um sorriso. — Como na primeira vez que a vi de biquíni.

— Ah, as histórias da sua adolescência pervertida! Diga-me, Satã...

— Aaaaaaah, vamos começar a falar sacanagem. Gostei.

Maite revirou os olhos.

— Qual era a cor do meu biquíni?

Andres umedeceu os lábios e avançou até ela.

— Rosa. Era um biquíni rosa-shocking. — Ele a puxou para os braços e começou a beijar sua orelha.

— Me deixou com calor.

— Ah, é? — sussurrou ela, afastando-se. — Por isso você me empurrou na piscina?

— Bem, estava calor. — ele passou os dedos pelos lábios da noiva. — Você precisava se refrescar... Eu fui um cavalheiro.

— Você foi um babaca — retrucou Maite.

— Também. — Andres passou os dedos pelo cabelo dela. — Nossa, como você é linda!

Sentindo as bochechas corarem, Maite olhou para baixo. Ele não dizia aquilo havia quase uma semana, o que era perfeitamente compreensível, já que estavam sendo mantidos separados por vovó. Era algo bom de ouvir!

— Não faça isso. — Andres deu uma risada. — Não fique com vergonha de repente.

— Não estou com vergonha. — Maite o encarou. — Só estou feliz por ouvir você dizer isso.

Andres franziu a testa.

— Acha que eu não digo o bastante?

— Você diz, sim. — Maite não soou convincente nem para os próprios ouvidos. — Mas que droga, estou ficando exigente! É porque você me mima demais! — Ela beliscou o braço do noivo e ficou satisfeita ao ouvir o grito de dor.

— Pestinha! — Andres a jogou na cama e a prendeu sob o corpo, segurando seus pulsos, de modo que ela não conseguisse fugir.

Maite se debateu debaixo dele. Maldito. Era forte.
Um músculo se contraiu na mandíbula de Travis, que cerrou os dentes e fechou os olhos. O cabelo escuro e ondulado caiu pela testa quando ele se inclinou, aproximando-se o suficiente para beijá-la. Em vez disso, inspirou e não fez mais nada.

— Hã, And? — sussurrou Maite.

— Hum?

— O que você está fazendo? Achei que estivesse morrendo. Disse que ia enlouquecer sem contato físico e agora... — Ela riu, sem fôlego. — Está me cheirando?

— Isso. — Ele continuou a inspirar, o nariz fazendo cócegas nas laterais do rosto delá enquanto ele descia até seu pescoço.

Ah, como ele era bom! Ela havia esquecido como tudo parecia certo quando estavam juntos, como tudo parecia ficar bem quando ela estava perto dele... O resto do mundo tinha desaparecido e só havia eles, nada mais.

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