Alfonso estava parado no meio do Quarto do Prazer, tentando manter os olhos fixos na mulher que explicava tudo sobre a festa. Seus lábios se mexiam, mas ele estava com dificuldade em prestar atenção. Qualquer um teria. Droga, ele estava se sentindo extremamente desconfortável!
— Então. — A mulher pegou uma folha de papel. — Só marquem os produtos que gostariam que eu incluísse na apresentação. Vou chegar cedo. Ah! Cobramos uma taxa extra pelas fantasias.
— Fantasias?
A mulher assentiu.
— Mas é claro! Pensei que Nora tivesse avisado. Os convidados da noiva usarão fantasias. Ela escolheu o tema: couro e renda. Fantástico, não é mesmo?
Ela estourou a bola de chiclete e piscou para Alfonso. Consequentemente, ele quase se engasgou com a própria saliva.
— Então, você vai levar as fantasias e nós...
— Vocês vão usá-las. — A mulher sorriu. — Enquanto mostro os produtos, as pessoas vão comer, beber vinho...
— Uísque — corrigiu Alfonso. — Litros de uísque.
Ela o calou com um gesto.
— Sim, o que você preferir. E então poderão ir para os quartos, caso desejem olhar os itens mais de perto, se é que você me entende. — Ela mordiscou o lábio inferior e apertou o braço de Alfonso.
— Ótimo — completou Anahí, ríspida, sentada à direita de Alfonso. — Faz muito tempo que quero experimentar esse, hã... — ela olhou para a lista —...pacote Me Chicoteia.
Ele a encarou, desesperado. Não era possível que ela esperasse que ele mantivesse a expressão serena. Como é que ele iria se concentrar? Couro? Renda? Chicotes? Alfonso se agarrou à mesa com força e tentou manter a respiração estável.
— Bem, vou deixar vocês decidirem.
— Isso mesmo — concordou ele, brusco.
Estava cerrando os dentes com tanta força, que acabaria travando a mandíbula. Quando a mulher já não podia mais ouvi-los, Alfonso suspirou e se apoiou na mesa.
— Tudo bem? — Anahí deu tapinhas em suas costas.— Não encoste em mim. — Ele não queria soar como um babaca, mas estava prestes a perder a cabeça.
— Ah... — Maldita mulher, que continuava a tocá-lo!
— Isso é tensão sexual. Faz muito tempo, amiguinho? Você está um pouco... estressado? —Suas mãos passearam por suas costas e depois por seu pescoço. Ele gemeu.
— Vejo que estão aproveitando a lista! — Eles ouviram a voz da atendente, na sala dos fundos. Sacudindo-se para tentar se recompor, Alfonso se afastou de Anahí.
— Pode escolher. Marque qualquer um. Não me importo.
— Sério? — Anahí andou devagar em sua direção. Nem mesmo o metal frio do balcão, que cutucava as costas de Alfonso, foi suficiente para acalmar seu estado de excitação. — Não se importa?
— Não — mentiu. Ah, claro que se importava! Se importava até demais.
— E que tal marcar... — Ela pegou a folha e leu algumas palavras que ele não saberia nem soletrar, quanto mais pronunciar. — Acha que seriam boas escolhas?
— Vovó e Deus estão de sacanagem comigo — retrucou Alfonso com sinceridade. — É isso que eu acho. E também acho que... — ele se desencostou do balcão e foi andando lentamente na direção dela enquanto ela recuava — se você não parar de olhar para mim deste jeito, não vou me responsabilizar pelos meus atos.
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Simple Past
Fanfiction"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Alfonso Herrera é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Anahí Port...