Protegida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #3]

7

HELENA

Eu mal tinha me sentado no sofá de Karina quando ela já começou a falar, animada como sempre. Aquela sala era uma bagunça organizada, cheia de revistas e roupas espalhadas, mas tinha o jeito dela, e eu sempre me sentia confortável ali.

Minha amiga se jogou ao meu lado, e falou:

— Mas é óbvio que eu vou dar um jeito no seu horário, mulher! — disse, sorrindo enquanto ajeitava o cabelo bagunçado. — Se minha mãe manda no hospital, eu mando nos horários! E agora você vai ver o gatinho todo dia, hein? — Ela piscou.

Eu revirei os olhos, bufando enquanto encostava no sofá.

— Karina, pelo amor de Deus, não começa. — balancei a cabeça, lembrando de como foi o meu “encontro” com Muralha. — O primeiro contato foi um completo desastre! Eu achei que ele ia tacar um abajur na minha cabeça só pra eu sair do quarto.

Karina riu, jogando a cabeça pra trás.

— E mesmo assim você vai voltar. — Ela disse, levantando uma sobrancelha.

Suspirei.

— Vou. — admiti, meio contrariada. — Eu prometi pro Dante que ia fazer isso. Mas, eu fui meio que “intimada”, sabe? Não é como se eu tivesse muita escolha...

Karina estreitou os olhos pra mim.

— Essa parte eu já não gostei. — Ela cruzou os braços, o tom de voz sério. — Se eu visse esse cara na minha frente, ele ia ouvir poucas e boas, Helena. Ninguém te obriga a fazer nada. Nem esse cara.

Eu não consegui segurar e soltei uma risada debochada.

— Sério? — perguntei, pegando o celular do bolso e abrindo o WhatsApp. — Então me diz o que você acha disso.

Fui até a conversa com Dante e cliquei na foto de perfil dele, ampliando a imagem e entregando o celular para Karina.

Ela pegou o telefone com curiosidade, mas assim que viu a foto, sua expressão mudou completamente.

Karina ficou com a boca aberta, os olhos arregalados como se tivesse visto um ator de dorama coreano em carne e osso.

— O quê?! — Karina gritou, com um tom entre surpresa e empolgação. — Esse é o tal do Dante?

Eu me segurei pra não rir alto e perguntei, provocando:

— O que você estava dizendo mesmo sobre o Dante?

Ela balançou a cabeça, ainda olhando a foto, completamente chocada.

— Eu tava dizendo que dava muito! — Ela disse, ainda meio abismada, sem tirar os olhos da foto. Karina falava com entusiasmo, gesticulando exageradamente. — Olha esse porte! Esse olhar intenso! — Ela balançou a cabeça, como se estivesse prestes a desmaiar. — Não é possível que esse homem seja real, deve ter saído de alguma campanha de perfume caríssimo!

Dessa vez eu não segurei a gargalhada.

— Você é maluca! — Eu disse, quase chorando de tanto rir.

Ela me devolveu o celular.

— Maluca? Ele é gato demais! — Ela deu um sorriso sapeca, claramente imaginando mil coisas. — Eu domaria esse gatinho, Helena. Essa marra não ia durar um mês comigo.

Ainda rindo, balancei a cabeça.

— Tá, ele pode até ser bonito, mas ele dá muito medo. Eu juro que só de estar perto dele já dá aquele frio na barriga, sabe? Sem contar que ele tá sempre com aquela expressão de quem vai te matar se você falar alguma coisa errada.