HELENA
Deitada no peito do Muralha, eu sentia os dedos dele deslizando pelos meus cabelos. O calor do corpo dele, misturado com o toque suave, me deixava tranquila, apesar do caos que a gente tinha acabado de compartilhar. A respiração dele era lenta, controlada, e a minha acompanhava no mesmo ritmo.
Sorri, encostando meu nariz no peito dele. Eu nunca imaginei que estaria assim, ainda mais com ele. E tinha sido bom, na verdade, tinha sido maravilhoso.
— Eu tô surpreso, doutora. — ele disse, a voz carregada de um tom meio debochado, meio sério.
Levantei um pouco a cabeça e encarei ele, franzindo a testa.
— Surpreso com o quê?
— Nunca pensei que você fosse assim. — ele falou, os lábios se curvando num sorriso de canto. — Bem fogosa você, né?
Senti meu rosto esquentar e dei um leve soco de brincadeira no ombro dele, envergonhada. Ri sem jeito e me escondi de novo no peito dele.
— Para com isso. — murmurei, ainda rindo.
— Tá me deixando com vergonha.— Tô falando sério. — ele continuou, agora com uma das mãos apertando de leve minha cintura. — Fiquei maluco com aquele negócio que você fez com a boceta. — Ele parou por um segundo, o olhar fixo no meu, antes de continuar, com um sorriso safado. — Contraindo, me apertando daquele jeito. Nem sabia que dava pra fazer isso.
Meu rosto pegou fogo.
— E-eu... — gaguejei, as palavras não saíam direito. — Para com isso! — tentei continuar, mas a vergonha me deixava sem jeito, as palavras simplesmente sumiam da minha cabeça.
Ele riu, como se estivesse gostando de me ver assim, tão sem jeito.
— Mas você gostou também, não gostou? — insistiu.
Por mais que aquela situação toda fosse nova, estranha até, eu não podia negar que tinha sido bom. Muito bom, pra ser sincera.
— Gostei. — admiti, minha voz baixa, quase tímida. — Não pensei que fosse ser tão bom assim.
Ele riu, aquela risada meio rouca que sempre fazia meu coração disparar.
— Foi bom porque foi comigo. — ele disse, com aquele tom convencido de sempre. — Não se engana não. Se quiser fazer de novo, tem que ser comigo, entendeu?
Antes que eu pudesse responder, ele segurou meu queixo com firmeza e puxou meu rosto para perto.
O beijo que veio em seguida foi diferente do que a gente tinha trocado antes, mais lento, mais apaixonado.
Senti os lábios dele pressionando os meus com cuidado, como se a gente tivesse todo o tempo do mundo. A mão dele desceu pelas minhas costas, e quando eu menos esperei, ele já estava subindo em cima de mim, o peso do corpo dele me prendendo contra o colchão.
Soltei uma risadinha e me afastei de leve, pressionando as mãos contra o peito dele.
— Pera aí... Eu tenho que tomar banho.
Ele me olhou como se não entendesse por que eu tava preocupada com aquilo naquele momento.
— Banho? Agora?
Assenti, rindo ainda mais.
— Tô suja de sangue, esqueceu? — disse, apontando para as marcas na minha pele.
Ele deu de ombros, inclinando a cabeça para beijar meu pescoço.
— Eu não me importo.
Ri de novo, afastando ele de novo.
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Protegida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #3]
RomansRodrigo Kim Almeida, ou simplesmente Muralha, é um líder implacável e temido no morro do Horizonte, mas vê a sua vida mudar drasticamente após perder a perna em um confronto violento com rivais. Isolado e cheio de dor, ele rejeita ajuda e se afasta...