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KARINA

Dois meses depois...

Eu nunca tinha sentido uma energia assim. O baile estava lotado, o som alto reverberava no meu peito, e tudo parecia se mover ao mesmo tempo. As pessoas dançavam, riam, se agarravam como se não houvesse amanhã.

Eu estava amando.

— Isso aqui é demais! — falei alto, quase gritando pra Marília ouvir. Ela estava ao meu lado, de olhos arregalados, segurando firme minha mão, como se fosse fugir a qualquer momento.

— Isso aqui é... barulhento. — Marília respondeu, olhando nervosa para os lados. Seus olhos pararam quando viu um homem se pegando com duas mulheres no meio de todo mundo.

Eu soltei uma risada, e comecei a rebolar, fazendo uma dancinha provocativa. Marília tentou não rir, mas eu vi o sorriso dela escapando.

— Relaxa, Lila! É um baile, aproveita! — falei, puxando ela um pouco mais pra dentro da multidão.

Ela deu um suspiro pesado, mas seguiu comigo. E, então, no meio da multidão, encontramos Helena. Ela estava de mãos dadas com o Muralha, um cara enorme, com uma expressão fechada que, sinceramente, me daria arrepios se não soubesse que ele era namorado da minha amiga.

— Finalmente achei você, amiga! — disse, abraçando ela com força. — O lugar tá lotado, nunca vi tanta gente num lugar só.

Helena sorriu, abraçando Marília e eu ao mesmo tempo.

— Ah, tá cheio mesmo. — disse Helena, virando-se para apresentar Muralha. — Esse aqui é o Muralha, meu namorado. Muralha, essa é a Karina, e a a Marília, ela é aquela fisioterapeuta que eu falei, amor.

Muralha deu um aceno de cabeça, sério, mas dava pra ver que ele tava relaxado com Helena.

E então dois homens se aproximaram, os dois riam de alguma coisa.

— Olha ali o Igor e o Dante. — Helena disse.

Dante? Aquela era o Dante, o cara que eu tinha xingado no telefone um tempo atrás, quando ele foi um babaca com a Helena?

Eu tentei olhar pros lados, me esconder atrás da Helena, qualquer coisa, mas sabia que não ia adiantar.

— Essas são a Marília e a Karina, minhas amigas. — Helena disse, inocente, me jogando na fogueira sem saber.

Dante levantou uma sobrancelha, olhando diretamente pra mim.

— Karina, né? Tá lembrada de mim? — ele perguntou, a voz baixa, mas com uma provocação clara.

Eu pigarreei, cruzando os braços na frente do corpo e mantendo o queixo erguido.

Eu não ia me acovardar agora.

Não abaixa a cabeça, Karina... A sua melhor defesa é o ataque!

— Se você tá falando do cara que praticamente ameaçou a minha amiga, então sim, tô lembrada. — retruquei, sem vacilar.

Dante soltou uma risada amarga, aquela do tipo que faz a gente querer socar a pessoa.

— Você é muito corajosa, sabia? — ele debochou, dando um passo mais perto.

— E você é um idiota, sabia? — rebati, ironicamente. — Não me arrependo de nada que disse, e se fosse preciso, falaria tudo de novo. Com muito prazer.

Ele abriu um sorriso torto, como se estivesse se divertindo.

— Não duvido que falaria. Mas olha só, Karina, não sei se alguém já te falou, mas você tem muita sorte. — ele disse, a voz firme, como se estivesse me desafiando de novo.

Protegida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #3]Onde histórias criam vida. Descubra agora