31

958 124 49
                                    

MARCELA

Eu estava em casa, mexendo no celular, quando ouvi as batidas na porta. Levantei rápido e dei uma ajeitada no cabelo. Quando abri, lá estava ele, o Igor, braço direito do Muralha.

E tão poderoso como ele.

Igor devia ter dinheiro... e disso eu gostava.

— Oi. — dei um sorrisinho malicioso, puxando minha blusa para baixo, deixando meu decote mais à mostra. Quando vi os olhos dele percorrendo meu corpo, fiquei ainda mais satisfeita.

— Marcela, né? — ele falou com aquela voz meio seca.

— Qualquer coisa pra você, gatinho. — respondi, toda provocante. — Mas, sim, eu sou a Marcela.

— Era contigo mesmo que eu queria falar.

Antes que eu pudesse responder, minha mãe apareceu atrás de mim.

— O que você quer com a minha filha? — ela perguntou, cruzando os braços. Sempre querendo saber de tudo.

Chata!

— O Muralha mandou um convite especial pra ela.

Meu coração disparou. Era isso, finalmente! Ele ia me chamar!

— O Muralha tá me chamando? — perguntei, com um sorriso que quase rasgava meu rosto.

Igor só balançou a cabeça, confirmando. Eu nem precisei de mais nada. Olhei pra minha mãe. Aquilo ia mudar tudo. Minha mãe sorriu de volta, animada, mas Igor já parecia sem paciência.

— E cadê teus pais? Só tá a tua mãe em casa? — ele perguntou de repente.

Eu franzi a testa, confusa.

— Meus pais? Pra quê?

— Ele quer trocar uma ideia com eles também. Nada demais, só esclarecer umas paradas.

Minha mãe não deixou passar.

— E por que não chamou só ela? Pra que a gente também? — ela insistiu.

Igor bufou, revirando os olhos.

— Pergunta pro Muralha, porra. Eu não sou moleque de recado.

Eu me virei pra minha mãe.

— Cala a boca, mãe. Você vai estragar tudo!

Corri lá dentro, calcei meus chinelos e voltei, puxando ela pela mão.

— Bora logo! Vem também, mãe.

A gente entrou no carro e o Igor dirigiu em silêncio. Cada rua que a gente passava, meu coração acelerava mais. Eu já me via ao lado do Muralha, tudo mudando.

Dinheiro.

Poder.

E o Muralha, pra mim.

Mas quando a gente chegou num galpão e eu desci do carro, o ambiente mudou de uma forma que eu não esperava.

Que lugar era esse?

Assim que entrei, dei de cara com Muralha... e Helena.

Meu sorriso morreu na hora.

— O que ela tá fazendo aqui? — perguntei, irritada. Não fazia sentido.

Helena ficou quieta, colada no Muralha, como se fosse uma sombra. Aquilo me subiu o sangue. Aquela vadia tava querendo roubar o meu lugar?

Muralha deu um passo pra frente.

Protegida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #3]Onde histórias criam vida. Descubra agora