O dia havia sido longo e produtivo, e a conversa a deixou feliz por um breve momento. ela percebeu que Precisava de um tempo para si mesma.
Ela caminhou em direção ao banheiro, onde a água quente do chuveiro poderia levá-la para longe das preocupações cotidianas. À medida que a água escorria pelo seu corpo, Ruby deixou que seus pensamentos se dissolvessem em vapor. A sensação do calor a envolvia, como um abraço reconfortante. O aroma do shampoo de ervas misturava-se ao vapor, criando uma atmosfera calmante que a ajudou a relaxar ainda mais.
Depois do banho, foi até o quarto e escolheu um vestido solto. Era um de seus favoritos, feito de um tecido leve que dançava com a brisa. Ela apreciou a forma como ele se ajustava ao seu corpo de maneira solta e confortável. Com a mente mais leve, Ruby respirou fundo. O vestido refletia exatamente o que ela precisava naquele momento: liberdade.
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Ela então decidiu prender seus longos cabelos pretos em um coque bagunçado. Os fios brilhantes escorriam entre seus dedos enquanto ela os arrumava, e a sensação de finalmente se livrar do peso do dia fez com que um sorriso involuntário surgisse em seu rosto. O coque, um tanto desalinhado, era perfeito.
Ruby estava sozinha em casa, o que trazia uma sensação de tranquilidade. Sua mãe, Elisa, já havia saído para o trabalho, como sempre fazia. A rotina de Elisa era intensa, marcada por longas horas no trabalho; Ruby admirava a determinação da mãe, que sempre se esforçava para dar o melhor para ambas. Mas, por outro lado, sentia falta da presença dela. Havia dias em que a casa parecia vazia e solitária sem o calor do sorriso de Elisa preenchendo os ambientes.
Hoje, porém, Ruby estava decidida a se cuidar. Com um leve movimento, dirigiu-se à cozinha, onde começou a preparar um lanche simples. Os pés descalços tocavam o frio do chão, mas a sensação era agradável. Enquanto cortava algumas frutas frescas, ela deixou a mente divagar. Pensou sobre seus projetos, seus amigos e as conversas que não tinha coragem de iniciar.
Depois de preparar um prato colorido, Ruby decidiu que era hora de se distrair de outra maneira. Pegou o livro que tinha deixado na mesa de centro, um romance que há tempos estava na lista de leitura. Sentou-se no sofá, aconchegou-se com uma manta e mergulhou na história. As palavras dançavam em sua mente, criando imagens vivas de lugares e pessoas que a levaram a um outro mundo.
O tempo passou rapidamente, e quando Ruby se deu conta, a luz do sol estava começando a se pôr. Ela se levantou, esticando os músculos, e foi até a janela, onde observou o céu tingido de laranja e rosa. A beleza do momento trouxe um sorriso ao seu rosto. Em um mundo que muitas vezes parecia corrido e impessoal, aqueles minutos de calma eram preciosos.
Ruby se lembrou de algo que sua mãe sempre dizia: “A vida é feita de pequenos momentos”. E, naquele instante, ela entendeu o significado da frase. Não se tratava apenas do tempo que passava com Elisa, mas de momentos como aqueles, de estar consigo mesma, de cuidar de si e apreciar a beleza ao redor.
Ela decidiu que, ao invés de esperar pela volta de sua mãe, deveria criar pequenas tradições para si mesma. Uma noite de leitura, um jantar especial ou até mesmo um passeio ao ar livre. Ruby começou a escrever algumas ideias em um caderno que carregava sempre consigo, uma forma de lembrar que, mesmo na solidão, sempre havia algo bonito a ser celebrado.
Ruby se sentiu grata por tudo: pela mãe dedicada, pela liberdade de ser quem era e pela capacidade de transformar a solidão em um momento de autodescoberta e amor-próprio. Era hora de mostrar para as pessoas que ela também sabia fazer a vida valer a pena, cheia de pequenos momentos que poderiam ser eternizados.
