𝑴𝒐𝒐𝒏𝒍𝒊𝒈𝒉𝒕 𝑹𝒂𝒄𝒆 🦋🌹

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Ruby fechou a porta da cabana atrás de si, o coração ainda acelerado pela adrenalina da corrida com o lobo. O luar filtrava-se pelas janelas, iluminando o espaço rústico e aconchegante. Ela olhou ao redor, um sorriso involuntário surgindo em seus lábios enquanto lembrava da liberdade que sentira ao transformar-se e correr sob as estrelas. Porém, a realidade de sua situação a trouxe rapidamente de volta para o presente: estava nua e precisava se aquecer.

Correu para o banheiro, apreciando a sensação da água quente escorrendo pelo seu corpo. O vapor se erguiu subtilmente, envolvendo a cabine e proporcionando um momento de calma em meio à intensa agitação que sentira. Enquanto se ensaboava, Ruby deixou sua mente divagar. Quais seriam as intenções do lobo? Ele poderia ser amigo ou inimigo. Uma coisa ela sabia: a conexão que sentira era inexplicável.

Assim que terminou o banho, vestiu uma camisola de algodão macio, que caía suavemente sobre seus ombros e proporcionava conforto. Sentia-se renovada, e uma nova ideia tomou conta da sua mente. Ela estava com fome — não apenas de comida, mas de um momento que celebrasse a liberdade que experimentara. Confiando em sua habilidade de cozinhar, dirigiu-se para a cozinha pequena e acolhedora da cabana.

A lua ainda brilhava intensamente lá fora, e a brisa suave entrava pela janela, trazendo o perfume da floresta. Ruby abriu o armário e começou a reunir os ingredientes. Decidiu preparar um prato que a reconfortasse: risoto de cogumelos, acompanhado de uma salada fresca e um vinho tinto que ela guardava para ocasiões especiais.

Com umas poucas panelas e uma faca afiada em mãos, Ruby começou a picar as cebolas. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, e ela se riu sozinha: quem diria que uma simples cebola poderia causar tanta emoção? Enquanto a cebola dourava na manteiga, ela cortou os cogumelos, pensando na singularidade daquele momento. Cada canto da cabana tinha uma memória, um eco da sua vida antes de descobrir sua verdadeira natureza.

Adicionou o arroz, misturando bem com a base aromática, enquanto a fragrância dos cogumelos e da cebola se espalhava pela cozinha. Ruby sentiu-se feliz, perdida em pensamentos; as lembranças do mundo humano e as da floresta dançavam juntas em sua mente. O que significava ser humano? O que significava ser uma criatura da floresta? A corrida com o lobo lhe mostrara que, talvez, essas facetas não fossem tão diferentes assim.

Depois de alguns minutos, começou a adicionar lentamente o caldo quente que havia preparado anteriormente. O som do arroz borbulhando era música para seus ouvidos, e a cada mexida, ela se permitia sonhar ainda mais — sobre o que viria a seguir, sobre a liberdade e a conexão que sempre desejara.

Enquanto o risoto cozinhava, Ruby foi até a geladeira e retirou algumas folhas frescas de alface, tomates e um pouco de queijo feta. Montou a salada rapidamente, adicionando um fio de azeite e uma pitada de sal. O prato estava tomando forma, e sua alma também. O ato de cozinhar tornara-se uma meditação; cada movimento cuidadoso, cada aroma, a levava para um estado de serenidade.

Quando o risoto finalmente atingiu a consistência perfeita, Ruby olhou para o prato e sorriu orgulhosa. Agora, era hora de se servir. Colocou o risoto em um prato fundo e decorou com algumas ervas frescas que havia colhido do jardim. Pegou a salada e uma taça de vinho, e sentou-se à mesa.

Ao olhar para a refeição diante de si, Ruby sentiu um misto de realizações e possibilidades. Parecia tão simples e, ao mesmo tempo, tão esplêndido. Havia algo mágico na solitude que a acompanhava, como se cada garfada conectasse a história da sua vida àquele momento. Ela brindou ao universo, não só por sua refeição, mas pela liberdade e pela nova compreensão que estava ganhando sobre si mesma.

Enquanto degustava cada bocado, a visão do lobo cruzava sua mente novamente. Era um contato fugaz, mas marcante. O que ele procurava ao correr com ela? Seria alguém como ela, dividido entre dois mundos? Ruby decidiu que, assim que tivesse a chance, faria perguntas. Não apenas a ele, mas a si mesma. Estava pronta para descobrir mais sobre sua verdadeira essência.

Com a barriga cheia e o coração leve, Ruby levantou-se e dirigiu-se à lareira. Juntou algumas lenhas e acendeu o fogo, sentindo o calor e a luz envolvendo o ambiente. Era o final perfeito para anotar as reflexões de um dia maravilhoso. A vida era uma jornada, cheia de encontros, mistérios e a constante busca pela verdade. Ruby não sabia o que o futuro lhe reservava, mas agora ela estava pronta para encarar qualquer desafio — nua ou vestida, humana ou criatura na floresta.

𝑴𝒆𝒖𝒔 𝒄𝒆𝒊𝒇𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔🗝Onde histórias criam vida. Descubra agora