“ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑓𝑖́𝑐𝑒𝑖𝑠, 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑝𝑎𝑖𝑥𝑎̃𝑜 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑎 𝑙𝑢𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑔𝑢𝑖𝑎 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠. 𝐿𝑒𝑚𝑏𝑟𝑒𝑚-𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑓𝑖𝑜𝑠 𝑠𝑎̃𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑟𝑎́𝑟𝑖𝑜𝑠, 𝑚𝑎𝑠 𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒́ 𝑒𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜. 𝑁𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑡𝑎𝑟 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑧 𝑎𝑙𝑒𝑔𝑟𝑖𝑎 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜.” 🦋Ruby terminou de lavar a louça, a espuma ainda dançando nas pontas dos dedos enquanto ela enxugava os pratos reluzentes. O cheiro fresco e leve do detergente misturava-se com o aroma doce do pomar próximo, onde as flores estavam em plena floração. Era um dia comum, mas, à medida que ela organizava a louça nos armários, sentia sua mente vagar para longe, para lembranças de tempos mais simples e mais aventureiros.
Com um suspiro, ela pegou um copo, admirando sua superfície brilhante. Em sua mente, ecoavam os estalos do galho sob seus pés, o farfalhar das folhas ao vento e o som do arco sendo puxado, ressoando em perfeita harmonia com seu batimento cardíaco. Ruby lembrava-se da floresta, seu refúgio, onde a natureza a envolvia como um abraço acolhedor. E, ali, nas clareiras ensolaradas, ela aprendia a dominar seu arco, as flechas cortando o ar como aves em pleno voo.
Aquilo parecia uma vida distante, mas as lembranças estavam tão vívidas que quase sentia a tensão do cordão de seu arco em suas mãos. A prática era uma libertação, um momento em que ela se sentia invencível. Respirar fundo, alinhar o corpo e liberar a flecha, tudo se resumia a um único instante de pura concentração e liberdade.
“Por que não voltei a fazer isso?”, perguntou-se, colocando o copo no armário. A vida parecia ter tomado um rumo diferente, cheio de tristeza e responsabilidades que a afastaram de suas paixões. O tempo era escasso e os dias, muitas vezes, passavam como sombras. Agora, à noite, enquanto a brisa suave esvoaçava pela floresta, Ruby sentiu uma pontada de saudade.
Com a louça agora guardada, ela decidiu que não deixaria mais que o cotidiano a afastasse de quem realmente era. O arco estava guardado no sótão, coberto de poeira, mas ainda assim, um símbolo de sua essência. Ruby fez uma promessa silenciosa a si mesma: no dia seguinte, ela voltaria a treinar. Era hora de resgatar essa parte de sua vida, era hora de reencontrar sua liberdade.
Ruby subiu as escadas e foi até o sótão. Pegou a lanterna, iluminando as sombras que se acumulavam no espaço. Ao empurrar algumas caixas antigas, seu coração acelerou ao ver seu arco, provavelmente o mesmo que havia utilizado durante tantos treinamentos, Cuidou dele com carinho, limpando a poeira e sentindo a madeira macia sob seus dedos. Era como reencontrar um velho amigo.
A ideia de treinar no dia seguinte trouxe um sorriso ao seu rosto. Ela sonhou com o amanhecer, a luz suave da manhã filtrando-se pelas árvores, prometendo um dia cheio de possibilidades. Ruby fez um plano mental: acordar cedo, preparar um lanche e, em seguida, seguir para a floresta. O desejo de sentir a terra sob os pés, o vento em seu cabelo e o peso do arco em suas mãos era avassalador. Nostalgia e excitação misturavam-se em sua mente, formando uma certeza: ela precisava disso.
Na manhã seguinte, Ruby acordou com a luz do sol filtrando-se pela janela do quarto. Levantou-se rapidamente, suas palmas suando na expectativa de reencontrar sua antiga paixão. Preparou um lanche simples, pegou sua mochila e, finalmente, decidiu que era hora de reviver seus melhores momentos.
A floresta estava como havia deixado, vibrante e cheia de vida. O cheiro da terra fresca e das folhas verdes a acolheu, como um velho conhecido. Ruby fez o caminho até uma clareira que gostava, o coração batendo forte com cada passo. Ela montou seu espaço, colocando o lanche de lado e, por um instante, ficou apenas admirando a beleza ao seu redor.
Sentou-se no chão macio, respirando fundo enquanto as memórias fluíam. Com cuidado, Ruby pegou o arco, sentindo a familiaridade do peso. Lembrou-se das técnicas, da postura, da importância do foco. Com um sorriso crescente, começou a praticar, a flecha cortando o ar e atingindo um tronco distante, ecoando em seu espírito as promessas de um novo início, a redescoberta de uma parte dela que nunca deveria ter sido esquecida.
A floresta recebeu aquele som como uma sinfonia, e, à medida que cada flecha voava, Ruby sentia-se mais viva, como se cada tiro reavivasse alguma centelha esquecida dentro dela. O calor do sol, o canto dos pássaros e a brisa suave se tornaram seus companheiros. Ali, ela foi mais uma vez a arqueira que sempre foi, e na serenidade daquele lugar, decidiu que jamais deixaria suas paixões se perderem novamente.
O dia passou rapidamente, e Ruby soube que aquele seria apenas o primeiro de muitos treinos a vir. O que começou como um ato de lembrança transformou-se em um compromisso: ela voltaria sempre para o meio da floresta, não apenas para praticar, mas para encontrar a si mesma.
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𝑴𝒆𝒖𝒔 𝒄𝒆𝒊𝒇𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔🗝
Fantasy🔥🦋𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐚𝐬 𝐦𝐮𝐥𝐡𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐚𝐭𝐫𝐞𝐯𝐞𝐦 𝐚 𝐚𝐛𝐫𝐚𝐜̧𝐚𝐫 𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐮𝐫𝐢𝐝𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐚𝐢𝐱𝐚̃𝐨 𝐞 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐠𝐞𝐦., 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐚𝐦 𝐨 𝐬𝐭𝐚𝐭𝐮𝐬 𝐞 𝐬𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐢𝐭𝐞𝐦 𝐞𝐱𝐩𝐥𝐨𝐫𝐚𝐫 𝐨 𝐥𝐚𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 �...