𝑺𝒕𝒓𝒂𝒏𝒈𝒆?🦋🌹

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Ruby sempre se sentia mais viva na floresta. Os sons da natureza, o cheiro fresco da folhagem e a sensação da terra úmida sob seus pés a deixavam em paz. A cabana que havia construído com seus poderes era um reflexo de sua essência: aconchegante, acolhedora e conectada ao mundo natural que a cercava. Cada pedra, cada tronco e cada detalhe daquelas paredes carregavam seu toque, e ela a considerava um lar.

Após a despedida dos outros metamorfos, que haviam retornado para suas próprias vidas e desafios, Ruby sentiu um vazio. Mas logo, seu celular apitou, quebrando o silêncio da noite. Era uma notificação de um grupo que ela havia esquecido que existia. Klaus e Theodore estavam on-line, e, imediatamente, a expectativa de uma conversa calorosa fez seu coração acelerar.

"Ficamos tristes ao acordar e não te ver," diz Klaus no áudio, a sua voz entrecortada pela sinceridade de seus sentimentos. "Sentimos sua falta desde o primeiro instante

- Oi, doçuras me desculpem, tive que sair para conversar com o Alpha acabei ficando sem tempo de ligar para vocês porque passei muito tempo construindo a cabana - respondeu Ruby, sentindo o calor da nostalgia ao lembrar-se dos momentos que passou construindo seu refúgio.

Klaus, o mais calmo e contemplativo, comentou:

- Que ótimo saber disso. construções de cabanas é algo que sempre admirei. É importante para você ter um lugar assim, onde você pode se sentir segura e á vontade.

Ruby sorriu ao ler aquelas palavras, sentindo-se grata por ter eles. Ao longo da conversa, compartilharam histórias e risadas. Klaus contou como ceifou algumas almas de maneira inusitada aquele dia - sua habilidade sempre intrigava Ruby, que não conseguia imaginar como ele lidava com essa parte de sua existência tão sombria de forma tão leve. Theodore, por outro lado, tinha sempre algum acontecimento engraçado a relatar, refletindo a capacidade dele de ver o lado divertido das situações mais complicadas.

Ao encerrar a conversa, Ruby sentiu uma saudade imensa dos momentos que passara com os dois. Porém, seu espírito começou a clamar por liberdade. Havia muito tempo que ela não se permitia soltar a fera que habitava dentro dela. A transformação em loba sempre deixava ela fascinada ; era como uma dança contínua entre sua essência humana e animal. E assim, ela decidiu que era hora de se libertar.

Saiu da cabana, sentido a brisa fresca da noite acariciar sua pele. Ruby olhou para a lua cheia, que brilhava intensamente no céu, e o chamado ancestral despertou dentro dela. Com um suspiro profundo, ela se despiu, sentindo a suavidade da grama e da terra sob seus pés. E então, concentrando-se, ela permitiu que a transformação acontecesse.

A dor e a liberdade se misturaram em um instante vibrante, e logo ela estava lá, na forma de uma magnífica loba. Seus pelos brancos reluziam sob a luz da lua, enquanto os olhos vermelhos pareciam brilhar com uma intensidade quase hipnotizante. Ruby sentiu cada músculo, cada fibra de seu ser se revitalizar. Ela era ágil e forte, e, mais importante ainda, estava livre.

Começou a correr pela floresta, sentindo o vento bater em seu rosto enquanto as folhas sussurravam ao seu redor. A liberdade a envolvia como um manto, e cada passo parecia ecoar na harmonia da natureza. Ela saltou sobre uma árvore caída, atravessou pequenos riachos e explorou cada canto que a floresta tinha a oferecer. A transformação lhe proporcionava um senso de pertencimento que muitas vezes sentia faltando na sua vida humana quando seu pai era vivo.

Ruby parou por um instante, olhando ao redor. A floresta estava iluminada pela luz da lua, e ela podia sentir o pulso da vida ao seu redor. O canto dos pássaros, o farfalhar das folhas, e até mesmo o som distante de um ribeiro ofereciam uma sinfonia que fazia seu coração bater mais rápido.

Depois de correr até a exaustão, Ruby se sentou sobre uma pedra onde a luz da lua iluminava sua pelagem. Era ali que se sentia mais próxima de sua essência. Fechou os olhos e respirou fundo, permitindo-se apreciar a paz que só aquele momento poderia oferecer.

Enquanto estava ali, pensou em Klaus e Theodore. Lembrou-se das conversas que tiveram e de como cada um deles eram, embora diferentes, sempre a completou de alguma maneira. Era um momento de conexão que transcendia palavras. Ela sorriu ao imaginar como seria se eles estivessem ali, compartilhando aquela experiência mágica com ela.

Em um suspiro profundo, um chamado do interior, e, de repente, Ruby sentiu uma estranha inquietação. O instinto de loba a alertou sobre algo mais nas sombras da floresta. Olhou ao redor, percebendo, então, a presença de outra criatura. Estava ali, escondida entre as árvores, e o olhar intenso dele a desafiava. Não era a primeira vez que ela encontrava uma presença misteriosa na floresta, mas, desta vez, havia algo diferente. O clima estava carregado de expectativa.

Instintivamente, Ruby se levantou. Ela se movia sem fazer barulho, sua natureza selvagem a guiando para mais perto do que quer que estivesse ali. Seus sentidos aguçados captavam cada movimento, cada respiração. E, enquanto se aproximava, viu a silhueta de um outro lobo, um pouco diferente dela. Ele era avantajado, com pelo marrom e olhos que pareciam brilhar com uma intensidade própria.

Os dois se encararam por um momento que pareceria uma eternidade, cada um avaliando o outro. Ruby nunca tinha visto um lobo que fosse tão intrigante. Ele estava tão próximo, e, ainda assim, havia uma distância que sugeria um respeito mútuo.

De repente, o lobo avançou, e Ruby, em um impulso natural, fez o mesmo. Eles correram juntos pela floresta em um jogo ancestral de caçadores e presas, dois espíritos livres em um mundo que pertenciam a eles. A conexão instantânea, embora silenciosa, estabeleceu um laço que transcendeu qualquer linguagem.

A noite continuava, e a floresta se tornava seu playground. Eles pulavam, corriam e exploravam como se não houvesse um amanhã. Ruby sentiu-se viva, completamente imersa na beleza daquela experiência. O lobo marrom a desafiava em sua velocidade e agilidade, e Ruby embora não fez o seu melhor para não ficar muito a frente ja que ela era mais agil que qualquer outra criatura, ela estava se movimentando com agilidade e graça.

Após o que parecia horas, eles começaram a desacelerar. Ruby parou em uma clareira onde a luz da lua era mais intensa. O lobo marrom também desacelerou, e, recuperando o fôlego, se sentaram um frente ao outro, e houve um momento em que tudo parecia estar em perfeita harmonia.

Ele uivou para a lua, e o som ecoou pela floresta, uma melodia que deixava Ruby arrepiada. Ela sentiu a inspiração se apoderar dela e, em seguida, uniu-se a ele. O uivo de Ruby se elevou, criando um dueto que se perdia nas brisas noturnas.

A química entre eles no uivo era palpável, e Ruby percebeu que encontrou algo mais que liberdade naquela noite. Ao olhar nos olhos do lobo marrom, sentiu-se atraída de uma maneira que nunca havia experimentado antes. Era um chamado ancestral, um entendimento silencioso que transcendia palavras e histórias uma amizade que surgiria talvez? .

Assim, em uma conexão que parecia ir além do físico, Ruby soube que não estava sozinha. Mesmo que Klaus e Theodore não estivessem ali, sabia que a floresta estava cheia de magia, e, acima de tudo, que a vida sempre se apresentava de maneiras inesperadas.

Ainda em sua forma de loba, Ruby percebeu que, no fundo, sempre haveria um espaço para o inesperado em sua vida, uma promessa de aventuras e conexões profundas que existiriam ao longo de seu caminho.

E, convidando a nova amizade para se juntar a ela, Ruby correu de volta pela floresta, sentindo que cada passo era parte de uma jornada maior que ela jamais poderia ter sonhado.

𝑴𝒆𝒖𝒔 𝒄𝒆𝒊𝒇𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔🗝Onde histórias criam vida. Descubra agora