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Após todo o drama intenso que tinham vivido nos últimos dias, Gustavo decidiu que o melhor para Ana Flávia agora era repouso e muito carinho. Ele a levou de volta para casa, onde a acomodou no sofá, enquanto passava uma pomada nas marcas que as cordas tinham deixado em seus pulsos e tornozelos.

— Você não vai trabalhar essa semana — Gustavo decretou, olhando sério para ela.

— Gustavo, eu estou bem. Não precisa disso — Ana Flávia tentou protestar, mas ele apenas balançou a cabeça.

— Não adianta, amor. Você precisa descansar. Deixa a empresa comigo por alguns dias.

Ana Flávia suspirou, sabendo que discutir com ele era inútil. No fundo, ela até se sentia aliviada por poder tirar alguns dias para se recuperar física e emocionalmente. Embora soubesse que Sophie e Henrique estavam presos e que não corriam mais riscos, o trauma do sequestro ainda estava presente.

Na manhã seguinte, Gustavo se levantou cedo, mas ao invés de ir para a empresa, como sempre fazia, ele preparou um café da manhã caprichado para os dois. Torradas, ovos, frutas e o café preferido de Ana Flávia. Ao perceber que ele não estava se arrumando para sair, ela franziu a testa.

— Você não vai para o trabalho? — perguntou surpresa.

— Não. Hoje eu vou cuidar da minha mulher — ele respondeu com um sorriso encantador, enquanto colocava uma bandeja de café da manhã em frente a ela.

Ana Flávia sorriu, sentindo uma onda de gratidão. Apesar de tudo o que tinham passado, eles estavam mais unidos do que nunca.

Mais tarde naquele dia, amigos próximos começaram a aparecer para visitá-los e garantir que Ana Flávia estava bem. Gabi, Virgínia, Zé Felipe e Murilo chegaram juntos, trazendo um clima mais leve para a casa. Virgínia, com seus oito meses de gravidez, logo se acomodou no sofá, enquanto os outros se espalhavam pela sala.

— Eu te disse que esse cara ia cuidar bem de você! — Gabi brincou, piscando para Ana Flávia, enquanto Zé Felipe fazia piadas sobre Gustavo não conseguir largar a esposa nem por um dia.

— O Gustavo sempre foi assim... protetor demais — Murilo acrescentou, dando um tapinha nas costas do amigo, que riu de volta.

A conversa fluiu leve e descontraída. Falavam sobre a gravidez de Virgínia, sobre o futuro da empresa e sobre como a vida deles estava prestes a mudar para melhor.

Pouco depois, os pais de Gustavo chegaram. Jusara, a mãe dele, não conseguiu conter a emoção ao ver Ana Flávia e correu para abraçá-la, forte e calorosamente, como se estivesse recebendo sua própria filha. Marcos, o pai de Gustavo, também a cumprimentou com um sorriso afetuoso.

— Estamos tão felizes que tudo deu certo... — Jusara disse, ainda abraçando Ana. — Eu não podia nem imaginar perder você, minha querida. Você é como uma filha para nós.

— Eu também amo vocês — Ana respondeu com sinceridade. Ela sabia que a família de Gustavo a considerava parte da família, e esse carinho a deixava emocionada.

Durante a tarde, enquanto todos conversavam animadamente, Jusara perguntou à Virgínia como estava a gravidez.

— Está tudo bem com a Maria Alice? — quis saber.

— Tudo certo, graças a Deus. Mas confesso que estou ansiosa para que ela chegue logo — Virgínia respondeu com um sorriso, acariciando a barriga.

A casa estava cheia de alegria, e por alguns momentos, todas as preocupações e traumas recentes pareciam ter ficado para trás. A presença dos amigos, da família e o apoio de Gustavo faziam com que Ana Flávia se sentisse segura e acolhida. Tudo estava, finalmente, voltando ao seu devido lugar.

E assim, entre risadas, conversas descontraídas e o calor da família, o casal pode respirar aliviado. Os desafios tinham sido superados, e agora, era hora de aproveitarem a felicidade e o amor que construíram juntos.

Conflito de Paixões • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora