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Era uma manhã calma e silenciosa. A casa de Gustavo e Ana Flávia estava envolta em uma paz natural que só quem havia passado por tantas turbulências poderia entender. O sol despontava entre as cortinas, e o som suave dos pássaros lá fora anunciava que o dia seria calmo, como se quisessem presentear o casal com uma trégua do caos recente.

Ana Flávia acordou devagar. Ela sentia o corpo mais cansado do que o normal, o que não era surpreendente, dado os últimos dias de estresse e a tensão física e emocional que ambos enfrentaram. Seu estômago dava sinais de incômodo, mas não o suficiente para preocupá-la. Era a semana em que sua menstruação desceria, e ela já havia passado por enjoos assim antes. Nada fora do comum.

Ela levantou-se devagar, sentindo a leve tontura que a atingiu ao colocar os pés no chão. Gustavo, ao seu lado, já estava acordado, observando-a com um olhar cuidadoso. Ele havia se tornado ainda mais protetor, especialmente depois dos eventos envolvendo o sequestro.

— Você está bem? — ele perguntou, a voz suave, mas carregada de preocupação.

Ana Flávia deu um sorriso cansado, tentando tranquilizá-lo.

— Só um pouco de enjoo, deve ser da semana. Não precisa se preocupar. — Ela deu um beijo leve na testa dele antes de se levantar.

Mesmo que as palavras dela fossem para acalmá-lo, Gustavo não conseguia evitar sentir uma pontada de preocupação. Ele sabia que Ana Flávia era forte e raramente reclamava de algo, então qualquer sinal de desconforto sempre o deixava alerta. Mas, respeitando seu espaço, ele não pressionou. Afinal, ele sabia que ela se conhecia melhor do que ninguém.

Enquanto Ana Flávia seguia para o banheiro, Gustavo ficou alguns minutos deitado, refletindo. Ele estava feliz por finalmente ver a paz voltando para suas vidas. Porém, algo dentro dele o fazia sentir que algo grande estava por vir. Ele não conseguia identificar o que, mas a sensação de que a vida deles estava prestes a dar mais uma volta, um novo capítulo, era palpável.

Mais tarde, enquanto tomavam café da manhã juntos, a leveza dos pequenos detalhes da vida se fazia presente. O som da colher batendo na xícara de café de Gustavo

Conflito de Paixões • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora