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Gustavo respirava fundo enquanto se aproximava da entrada do cativeiro, os sons ao redor pareciam abafados pelo som de sua própria respiração. Ele havia conseguido passar por todos os obstáculos que Sophie e Henrique tinham planejado. O plano de sequestro deles parecia perfeito, mas não contavam com a determinação de Gustavo, e muito menos com a ajuda da polícia, que ele havia chamado em segredo. Ele estava pronto para resgatar Ana Flávia, custe o que custasse.

Com um impulso, ele arrombou a porta, fazendo-a bater violentamente contra a parede. O som ecoou pelo lugar, surpreendendo Sophie, que estava a poucos metros de Ana Flávia, apertando ainda mais as cordas que a prendiam. A marca dos braços de Ana já estava vermelha, quase roxa de tanto apertar.

— O que você está fazendo aqui? — Sophie gritou, claramente descontrolada, ao ver Gustavo entrar.

— Eu vim salvar a mulher da minha vida — ele respondeu, sua voz firme e cheia de raiva. O olhar de Gustavo queimava em direção a Sophie, mas seus olhos suavizaram ao encontrar Ana Flávia, que estava visivelmente abalada.

Ana, mesmo machucada, abriu um sorriso de alívio. Mas ainda estava tensa, sabendo que tudo aquilo ainda não havia terminado. Sophie ficou paralisada por um momento, mas logo tentou reagir.

— Você acha que pode acabar com tudo isso assim tão fácil? — Sophie rosnou, avançando um passo em direção a Gustavo.

Antes que ela pudesse chegar mais perto, os policiais, que estavam logo atrás de Gustavo, entraram no local. Eles rapidamente imobilizaram Sophie e Henrique, que estavam assistindo a cena sem acreditar no que estava acontecendo. Os dois foram algemados sem resistência.

— A polícia?! — Sophie congelou no momento em que ouviu a palavra. O desespero tomou conta dela, mas era tarde demais.

— Acabou pra você, Sophie — disse Gustavo, sem olhar para ela, seus olhos fixos em Ana Flávia.

Os capangas de Sophie já haviam sido presos do lado de fora, sem chance de interferirem. Os policiais escoltaram Sophie e Henrique para fora, conduzindo-os para a viatura que os aguardava. A tensão no ar começou a se dissipar, mas o coração de Gustavo ainda batia forte enquanto ele se ajoelhava ao lado de Ana Flávia.

— Eu pensei que tinha te perdido — ele sussurrou, enquanto desamarrava as cordas de seus pulsos com cuidado.

Ana Flávia, com lágrimas nos olhos, o abraçou com força assim que suas mãos estavam livres. O alívio era palpável, mas o trauma ainda estava ali. Ela apertou Gustavo, deixando-se envolver pelo conforto que apenas ele conseguia lhe dar.

— Eu sabia que você viria... — ela murmurou entre soluços.

— Eu nunca deixaria você, nem por um segundo — ele respondeu, acariciando seu cabelo enquanto a mantinha firme em seus braços.

A polícia, já com Sophie e Henrique na viatura, fez sinal para Gustavo. Um dos policiais se aproximou:

— Eles vão ser levados direto para a prisão de segurança máxima. Não haverá outra chance de fuga — garantiu o policial.

Gustavo assentiu, agradecendo ao homem antes de voltar toda sua atenção para Ana Flávia. O medo nos olhos dela começava a desaparecer, substituído por uma tranquilidade que ele havia trazido de volta.

— Vamos pra casa — ele disse suavemente. — Você está segura agora.

Ana Flávia concordou, ainda em choque, mas sentindo-se mais calma com a presença de Gustavo ao seu lado. O caminho de volta seria silencioso, mas repleto de promessas não ditas, de que nada, nem ninguém, os separaria novamente. Eles sabiam que, juntos, poderiam superar qualquer obstáculo, e que o amor que tinham era mais forte do que qualquer ameaça.

Conflito de Paixões • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora