A noite estava clara, com a lua cheia iluminando o quarto de Ana Flávia e Gustavo, enquanto eles se preparavam para mais uma noite juntos. O vento soprava levemente as cortinas, e o clima era ameno, perfeito para momentos a dois. A barriga de Ana, que já marcava os oito meses de gestação, estava grande e pesada, mas isso não diminuía sua beleza e graça. Pelo contrário, Gustavo parecia mais apaixonado a cada dia.Ela estava deitada na cama, com as costas apoiadas em alguns travesseiros, descansando as pernas. Gustavo havia preparado tudo para que a noite fosse especial. Eles tinham passado os últimos meses dividindo a expectativa da chegada de Aurora, organizando cada detalhe do quarto da filha e, apesar da agitação com a preparação, eles não haviam deixado de se dedicar um ao outro. Era um equilíbrio que tinham aprendido a dominar.
"Você tá confortável, meu amor?" Gustavo perguntou, enquanto se aproximava da cama com uma tigela de morangos frescos e chantilly.
Ana sorriu ao vê-lo, apreciando o cuidado que ele sempre tinha. "Estou sim, mas vou te dizer... parece que ela tá treinando pra maratonista aqui dentro," brincou, acariciando a barriga. Aurora dava chutes firmes, como se quisesse lembrar os pais de sua presença.
Gustavo se sentou ao lado dela e colocou a tigela sobre a mesinha de cabeceira. "Eu acho que ela só quer lembrar a gente que tá chegando logo. Falta pouco." Ele passou a mão suavemente sobre a barriga de Ana, e ela se arrepiou com o carinho dele. "Nossa princesa já deve estar ansiosa pra conhecer a mãe mais linda do mundo."
Ana sorriu, olhando para o marido com aquele brilho nos olhos que só o amor mais puro trazia. "E o pai mais coruja também."
Gustavo riu, mas sabia que era verdade. Desde o primeiro instante em que souberam da gravidez, ele se dedicava inteiramente, comprando presentes, planejando o futuro, e estando presente em cada consulta e momento importante. Mesmo quando Ana acordava no meio da madrugada com fome ou enjoos, ele estava lá, disposto a buscar o que fosse preciso para garantir o conforto dela.
"Você sabia que a gente precisava disso, né? Desse momento de calmaria, antes de tudo mudar de vez?" Ana disse, de repente mais séria, enquanto observava Gustavo pegar um morango e mergulhá-lo no chantilly.
Ele a olhou nos olhos e assentiu. "Eu sei que a vida vai ficar corrida quando Aurora chegar. Mas não quero que a gente perca isso. Esses momentos, essa conexão..." Ele colocou o morango perto da boca de Ana, que deu uma mordida leve, sentindo o doce sabor se misturar com a suavidade do chantilly. "Prometo que, não importa o que aconteça, a gente sempre vai encontrar tempo um pro outro."
Ela sorriu, emocionada com as palavras dele, e segurou sua mão. Gustavo sabia exatamente como tranquilizá-la e mantê-la com os pés no chão, mesmo quando ela se sentia sobrecarregada com a gravidez e as mudanças que estavam por vir.
Depois de terminarem o pequeno lanche, Gustavo fez questão de levar a tigela de volta à cozinha, voltando com um pequeno presente nas mãos. "Tenho uma surpresa," disse ele, com um sorriso malicioso no rosto.
Ana arqueou as sobrancelhas, curiosa. "Mais presentes? Gustavo, você já exagerou nas compras pra Aurora."
Ele deu de ombros, com uma expressão de falsa inocência. "Esse aqui não é exatamente pra ela. É pra você." Ele abriu a caixinha e revelou uma pulseira delicada, de ouro, com três pingentes: um com a inicial "A" de Aurora, outro com o símbolo de um coração, e o último, uma pequena estrela. "Pra você lembrar que a nossa família é como essas estrelas, brilhando no céu, juntas."
Ana ficou emocionada, sentindo o coração se encher de amor. "É lindo, Gustavo... muito lindo." Ela o abraçou, com cuidado por causa da barriga, e sussurrou. "Você sempre sabe como me surpreender."
Ele beijou o topo da cabeça dela. "Você merece, Ana. Sempre vai merecer o melhor."
Depois de alguns minutos em silêncio, aproveitando o conforto um do outro, Gustavo olhou para o relógio e deu um sorriso. "Eu tive uma ideia pra noite de hoje. Você se lembra do nosso primeiro encontro, aquele jantar que tivemos no restaurante chique, logo depois que começamos a nos entender melhor?"
Ana riu, já sabendo onde isso ia parar. "Aquele jantar que eu fui com raiva, achando que ia ser uma tortura, e acabei me divertindo?"
Ele riu junto. "Esse mesmo. E se a gente recriasse aquele momento, mas de um jeito especial? Eu sei que você tá cansada de sair, então pensei em trazer o jantar pra cá."
"Você preparou isso tudo e eu nem sabia?" Ela estava surpresa e admirada com o esforço dele.
"Eu sabia que precisava de algo à altura da nossa história. Vem, tenho uma surpresa lá fora."
Gustavo a ajudou a levantar da cama, com todo o cuidado, e levou-a até a varanda. Ele havia montado uma pequena mesa ali, com uma vista deslumbrante das luzes da cidade. A mesa estava decorada com velas, flores e um prato que ele mesmo havia preparado, inspirado no jantar que tiveram naquele primeiro encontro.
"Gustavo..." Ana começou a dizer, mas as palavras não saíam. Estava impressionada e profundamente emocionada com o gesto.
"Eu sei que não é o restaurante de cinco estrelas, mas..." Ele deu de ombros, um pouco tímido, embora soubesse que havia acertado em cheio.
"É perfeito," Ana respondeu, olhando para ele com os olhos brilhando de lágrimas de felicidade. "Melhor do que qualquer jantar naquele restaurante."
Eles se sentaram e começaram a comer, rindo, conversando e lembrando dos momentos que viveram juntos ao longo dos anos. Apesar de tudo o que passaram — das brigas iniciais, da rivalidade no trabalho, até chegarem ao ponto de serem pais — eles sabiam que estavam mais fortes do que nunca.
Depois de algum tempo, enquanto terminavam o jantar, uma mulher que passava na rua abaixo da varanda os observou. "Que casal lindo," ela disse, parando para admirar a cena. "Vocês parecem estar muito felizes. Parabéns pela gravidez."
Ana sorriu e acenou para a mulher, sentindo-se grata por aquele momento, enquanto Gustavo também agradecia com um sorriso.
"Parece que o amor tá no ar," Gustavo brincou, olhando para Ana com um brilho nos olhos.
"Com certeza está," ela respondeu, segurando a mão dele novamente. "E sempre vai estar."
Enquanto a noite avançava, eles ficaram na varanda, conversando baixinho e planejando o futuro, sonhando com o que estava por vir quando Aurora finalmente chegasse. Mas, por mais que a vida estivesse prestes a mudar para sempre, uma coisa era certa: o amor que eles construíram juntos era forte o suficiente para superar qualquer desafio, e eles sempre encontrariam um tempo para se reconectar, como naquela noite.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Conflito de Paixões • Miotela
RomanceGustavo Pieroni Mioto é o poderoso dono de uma das empresas mais renomadas de Los Angeles. Frio, calculista e completamente dedicado ao trabalho, ele nunca se permitiu envolver em relacionamentos sérios - sua vida sempre foi focada no sucesso. Mas t...