ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]

🍁CAPÍTULO 64🍁

🍁 Matteo

O sol ainda brilhava forte no céu, mas a brisa suave do mar aliviava o calor enquanto as ondas nos envolviam gentilmente. Matias, com aquele sorriso travesso, me pegou de surpresa e me colocou nos ombros, me carregando para o mar mais fundo. Eu ria sem parar, o coração leve, enquanto Jackson, um pouco mais à frente, sorria de volta. Seus olhos, refletindo o dourado da luz, brilhavam como o próprio Apolo. A cena parecia um sonho, algo que eu jamais imaginei viver, mas lá estava eu, com os dois amores da minha vida, em um momento tão simples e ao mesmo tempo tão perfeito.

Matias fazia piadas, uma mais sem graça que a outra, e mesmo assim, eu ria. Era a forma como ele falava, aquele jeito divertido e espontâneo, que me conquistava mais a cada segundo. Jackson, sempre observador, ria mais discretamente, mas os olhos dele não paravam de me seguir, cada detalhe era notado por ele. Me sentia tão amado, tão completo ali, entre eles.

Depois de um bom tempo de diversão no mar, voltamos para a carraca. O cheiro da comida nos envolveu imediatamente, e cada um se jogou em uma cadeira, exaustos, mas felizes. Enquanto comíamos, eles conversavam sobre coisas aleatórias — Matias sempre animado, gesticulando muito, e Jackson, com sua calma, contribuindo com comentários mais ponderados. Eu me peguei sorrindo, olhando para os dois, absorvido naquele momento de paz. O que mais me fascinava não era apenas o quanto eles eram bonitos, mas o quão especiais eles se tornaram para mim.

Matias, com seu coração de ouro, fazia de tudo para nos manter felizes e rindo, sempre colocando os outros antes de si mesmo. E Jackson, com sua intensidade silenciosa, escondia um amor profundo, que entregava com todo o seu ser, como se estivesse sempre buscando preencher a carência de atenção que ele carregava. Olhando para eles, eu senti um orgulho imenso de estar ao lado de pessoas tão maravilhosas. Mais do que companheiros, eles eram um pedaço de mim.

Conforme a tarde avançava e o sol começava a descer no horizonte, decidimos explorar um quiosque de artesanato próximo à praia. Um senhor idoso, com mãos habilidosas e um sorriso acolhedor, nos mostrou várias de suas criações. Matias, como sempre, não resistiu e comprou um monte de bugigangas, rindo ao se imaginar usando tudo de uma vez. Jackson, mais discreto, escolheu uma pulseira simples, de couro e prata, que parecia combinar perfeitamente com ele. Eu, por minha vez, escolhi três anéis de prata, um para cada um de nós, como lembrança daquele dia especial.

Enquanto colocávamos os anéis, senti algo profundo. Eram mais do que simples acessórios; era como selar aquele momento em nossos corações. Eu olhei para eles, meus alfas, e soube que não importava o que o futuro nos reservava, eu estava exatamente onde deveria estar. Nos braços deles, eu estava em casa.

Depois de um dia perfeito na praia, mal pude acreditar que a noite estava prestes a ficar ainda melhor. Quando chegamos à casa, eu abri a porta e me deparei com um cenário surreal: rosas espalhadas por todo o chão, velas acesas em cada canto, iluminando o ambiente com uma luz suave e quente. No primeiro momento, meu coração disparou.

— O que... — comecei a falar, olhando para os lados, desconfiado. — Gente, será que algum satanista invadiu a casa?

Matias soltou uma gargalhada tão alta que fez ecoar no espaço. Jackson, mais contido, me abraçou de lado, com um sorriso travesso nos lábios.

— Relaxa, amor — disse Matias, limpando as lágrimas do riso. — Não tem nenhum culto estranho acontecendo aqui. Nós que preparamos isso pra você.

— Nós, não — corrigiu Jackson, com um tom mais sério. — Contratamos alguém pra fazer. Mas o importante é a intenção, certo?

Eu olhei para eles, ainda processando o que estava acontecendo, e só então percebi que tudo aquilo era pra mim. Meus alfas tinham preparado o cenário mais romântico que eu poderia imaginar. Senti uma onda de calor me invadindo, o coração apertado de tanta felicidade.

— Vocês fizeram isso pra mim? — perguntei, meio sem acreditar.

— Claro! — Matias respondeu com um sorriso largo. — A gente queria fazer algo especial. Você merece.

— E também achamos que seria divertido te assustar um pouco — brincou Jackson, com aquele jeito dele, sempre com um toque de humor.

Eu não sabia o que dizer. Meus olhos começaram a brilhar, e o sorriso no meu rosto foi inevitável.

— Eu... não sei nem como agradecer — murmurei, emocionado. — Vocês são incríveis.

— Não precisa agradecer, amor — Matias respondeu, se aproximando para me abraçar. — Só fica aqui com a gente, isso já é o bastante.

Jackson, sempre mais discreto nas emoções, pegou uma rosa do chão e a estendeu para mim.

— A noite é sua, e a gente está aqui pra te fazer feliz — disse, olhando nos meus olhos.

Eu sorri, aceitando a rosa e sentindo o coração quase explodir de amor por eles.

Assim que nos sentamos à mesa, o cheiro da comida deliciosa invadiu o ambiente. Não esperávamos mais nada; atacamos o banquete com entusiasmo. O ambiente estava perfeito — as velas ainda brilhavam, a música suave tocando ao fundo, e a conversa fluía naturalmente entre nós.

— Sabe que essa noite tá parecendo coisa de filme, né? — comentou Matias, com aquele sorriso cheio de malícia, enquanto mastigava um pedaço generoso de carne. — Nunca pensei que ia me ver assim, todo romântico.

— Romântico? — Jackson riu baixinho, dando um gole no vinho. — Você quase queimou a cozinha hoje à tarde quando tentou ajudar.

— Eu só estava tentando dar um toque especial! — Matias retrucou, piscando pra mim. — Além disso, quem aqui tá reclamando?

Eu sorri, tentando disfarçar o quanto meu coração batia mais forte a cada segundo. O jeito leve de Matias sempre me fazia rir, enquanto Jackson trazia aquela calma que me deixava seguro. Conforme a noite avançava, entre um gole de vinho e outro, fui ficando cada vez mais consciente do quanto eu queria estar com eles, por inteiro.

— Vocês são impossíveis — comentei, rindo das piadas, mas com o pensamento em algo mais. — Vocês sabem que fazem meu coração bater mais rápido, né?

Jackson arqueou uma sobrancelha, claramente captando algo a mais na minha fala, enquanto Matias apenas sorria, como se já estivesse lendo meus pensamentos.

— Só estamos começando, amor — respondeu Matias, com aquele tom que misturava brincadeira e provocação.

Jackson, mais reservado, olhou para mim por cima da taça de vinho, o brilho no olhar dele me dizendo que ele também sentia a mesma coisa, ainda que não dissesse em palavras.

Depois de mais algumas horas conversando e brindando ao que parecia ser uma noite perfeita, me levantei da mesa, fingindo casualidade, mas com meu coração acelerado.

— Acho que vou tomar um banho — disse, sem tirar os olhos deles. — Preciso me livrar do sal e da areia.

Houve um breve momento de silêncio. Eu vi Matias abrir um sorriso largo, como se tivesse acabado de entender o recado, enquanto Jackson arregalou os olhos por um segundo, logo disfarçando com um leve aceno de cabeça.

— Vai lá, amor — Matias disse, a voz cheia de diversão. — A gente vai estar te esperando.

Subi as escadas com o coração disparado. No banho, me higienizei com calma, deixando a água quente tirar todo o cansaço do corpo, me preparando para o que viria a seguir. Depois de me limpar, vesti apenas um short fino, sentindo a pele livre, e desci para a área de lazer.

Quando cheguei, os dois estavam na piscina, conversando em voz baixa. Matias me viu primeiro, o sorriso malicioso voltando imediatamente. Jackson, por sua vez, parou de falar por um segundo, o olhar intenso como sempre.

A noite seria quente e devastadora, disso eu tinha certeza.

Continua...