🍁CAPÍTULO 90🍁

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🍁Matteo

Uma noite envolve a casa em uma tranquilidade quase sobrenatural. A luz fraca do abajur do corredor mal conseguiu atravessar a porta do meu quarto. O dia foi longo, com tantas responsabilidades e trabalho, mas a notícia de que a mãe de Maycon estava bem finalmente trouxe uma ruptura que eu nem sabia que precisava.

Cansado, entrei no banheiro do meu quarto, um lugar que sempre me dava a sensação de fuga, de refúgio. A água quente começou a escorrer pelo meu corpo, aliviando imediatamente a tensão acumulada. Cada gota parecia uma massagem, a sensação de relaxamento era profunda. A fratura no meu braço ainda estava cicatrizando, mas o efeito dos remédios que eu vinha tomando mexia com todo meu sistema. Meus hormônios estavam bagunçados, e agora, ali, no meio daquela quietude, eu sentia o corpo reagir de uma maneira que fazia muito tempo que não acontecia.

Me deitei na banheira, a água submergindo meu corpo até o peito, cobrindo cada músculo que antes pulsava de cansaço. Fechei os olhos, deixando a água quente me envolvendo. Sentia meu corpo reagir, minha pele esquentando não só pela temperatura da água, mas por um calor interno que eu conhecia bem. O cio vinha, como uma tempestade silenciosa, atiçando cada fibra do meu ser. Fazia tanto tempo desde a última vez que me entreguei, que deixei o prazer tomar conta de mim de forma tão intensa. Meus pensamentos pensaram a vagar, incontroláveis, buscando memórias de momentos passados, onde o desejo era o guia.

A sensação era quase incontrolável. Minhas mãos, sem que eu percebesse, deslizavam lentamente sobre meu corpo, cada toque amplificando o frenesi. Era como se a água quente fosse uma extensão dos meus próprios pensamentos, me guiando pelos caminhos do prazer que meu corpo traz. Sentia a lubrificação começar a surgir, um reflexo automático do meu estado, e minha mente, ainda envolta em névoa, passei por fantasias proibidas, aquelas que há tanto tempo eu havia deixado de lado.

O calor do cio crescia, e a água parecia seguir o ritmo dos meus pensamentos, escorrendo por cada centímetro da minha pele, despertando desejos há muito suprimidos. Eu me permiti ir mais fundo, deixar que as sensações tomem conta de mim. Meus músculos relaxavam, mas ao mesmo tempo, meu corpo pedia por mais, queria sentir, queria explorar. O silêncio no ambiente foi quebrado apenas pelo som suave da água se mover, e dentro de mim, uma tempestade de sentimentos e desejos surgia.

Fiquei ali, imerso na banheira, por vários minutos, perdido entre o relaxamento e a atualização interna.

A água ainda corria sobre mim, escorrendo pelo meu corpo e trazendo um calor que contrastava com o ambiente mais fresco do banheiro. O vapor subia ao meu redor, e meus pensamentos começaram a se rir quando ouvi o leve som da porta se abrindo. Jackson entrou, escoltado casualmente na pia, seus olhos fixos em mim com um sorriso tímido, mas observador. Ele estava de terno, como sempre impecável, enquanto eu estava completamente nu, com a água quente lavando o suor e o cansaço do dia. Não havia mais vergonha naquilo. Ele era meu noivo, e minha nudez diante dele já era algo natural, quase um reflexo da intimidade que construímos juntos.

Ele me observou atentamente, mas havia algo mais no olhar dele, uma ansiedade que parecia estar controlada a duras penas. Sabia o que ele queria, mas a timidez de Jackson sempre o fazia andar pelas beiradas, sem querer entrar diretamente no assunto.

- E então, como estão indo as sessões com o psicólogo? - ele disse de repente, a voz calma, mas com um leve traço de nervosismo.

Sorri, já sabia que ele queria chegar, mas resolvi entrar no jogo.

- estão indo bem - respondi, enquanto passava a mão pelos cabelos para tirar o excesso de água. - Tenho conversado bastante com ele. Ele acha que estou progredindo.

- Isso é ótimo... - Ele fez uma pausa, parecendo pensar nas palavras antes de continuar. - E... sobre o tratamento... físico? Como você está se sentindo?

ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora