🍁CAPÍTULO 98🍁

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🍁Matteo

15 anos depois...

Os dias na nossa casa nunca eram calmos, mas sempre cheios de alegria. Era uma manhã de sábado, o sol já invadia a cozinha através das enormes janelas, e o aroma de café recém-passado se espalhava pelo ambiente. Matias estava no balcão, mexendo na frigideira com uma mão, enquanto segurava a pequena Mary no colo com a outra. Ela ria, brincando com os cachos que se balançavam conforme ele se movia.

- Papai, olha! - gritou Alice, correndo pela sala com um desenho nas mãos. - Fiz um desenho de nós dois na praia!

Eu sorri, pegando o papel e me abaixando para ficar na altura dela. O traço infantil mostrava uma cena colorida, cheia de detalhes que só os olhos de uma criança conseguem capturar.

- Está lindo, meu amor - falei, puxando-a para um abraço. - Eu adorei como você desenhou o sol.

Ela sorriu, os olhos brilhando de felicidade. Jackson entrou na cozinha logo em seguida, ainda meio sonolento, mas com aquele sorriso caloroso de sempre.

- Quem está gritando tão cedo? - perguntou ele, esfregando os olhos enquanto bagunçava o cabelo de Alice.

- Eu, papai! Olha o meu desenho!

Ele pegou o papel das mãos dela e fez uma cara de surpresa exagerada, que fez Alice gargalhar.

- Uau! Isso vai direto pra galeria de arte da nossa geladeira.

Enquanto isso, Nicolas estava na mesa da sala, já imerso em algum livro sobre física quântica. Eu o observava com orgulho, sempre tão dedicado aos estudos, tão sério para a idade dele.

- Ei, Nic! Vem comer com a gente - chamei, e ele levantou a cabeça devagar, um leve sorriso surgindo.

- Já vou, pai. Só mais um capítulo.

Os trigêmeos, Alisson, Athos e Alex, desciam as escadas correndo, cada um com uma bola debaixo do braço. Era difícil mantê-los quietos por muito tempo, principalmente com tanta energia acumulada para jogar futebol.

- Vocês três, venham tomar café antes de saírem para o campo - Matias falou, com uma firmeza que só ele tinha, mas sempre com aquele toque amoroso.

Eles obedeceram, se sentando na mesa com Mary, que já começava a brincar com os pedaços de pão no prato.

- E o Antonhy? - perguntei, percebendo que o pequeno ainda não tinha dado o ar da graça.

Jackson apontou para o corredor, rindo.

- Ele está no quarto, tentando colocar os tênis. Disse que quer ajudar os irmãos a treinar hoje.

Levantei-me, indo até o quarto do Antonhy. Lá estava ele, sentado no chão, frustrado porque os cadarços teimavam em se desfazer a cada tentativa.

- Quer ajuda, campeão? - perguntei, me abaixando ao lado dele.

Ele me olhou, os grandes olhos castanhos brilhando com um misto de teimosia e frustração.

- Eu consigo, papai! Só... mais um pouquinho.

Eu sorri, deixando que ele tentasse mais uma vez antes de me juntar à tarefa, amarrando os cadarços com cuidado. Quando terminei, ele deu um salto, todo animado.

- Vamos lá! Hoje vou marcar muitos gols!

Voltamos juntos para a cozinha, onde todos já estavam rindo e conversando animadamente. Era nesses momentos simples que eu percebia o quanto nossa família havia crescido. Quinze anos de amor, de superação, de momentos difíceis, mas também de uma felicidade indescritível. Cada um deles, com suas particularidades, completava o nosso lar.

ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora