🍁CAPÍTULO 18🍁

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🍁Matteo

O treino do sábado havia terminado, e eu ainda podia sentir a energia vibrando no ar enquanto os jogadores se dispersavam. Thalys, com sua presença magnética e sempre com um sorriso fácil, estava ajudando a organizar o equipamento quando se aproximou de mim.

— Matteo, você está afim de um café? — perguntou ele, de forma casual, mas com um brilho nos olhos que indicava que ele esperava que eu aceitasse. — Conheço um lugar ótimo aqui perto. O que acha?

— Claro, adoraria. — Respondi, tentando não parecer ansioso, mas meu coração já estava batendo mais rápido só de pensar em passar mais tempo com ele.

Saímos juntos do ginásio, e a brisa fresca da tarde trouxe um sentimento de leveza. Caminhamos lado a lado, falando sobre coisas triviais, mas cada troca de palavras parecia carregada de uma conexão profunda. O café não era longe, e logo estávamos sentados em uma mesa próxima à janela, de onde podíamos ver as folhas douradas das árvores dançando ao vento.

— Então, como tem sido seu semestre até agora? — perguntou Thalys, enquanto mexia no café, lançando-me um olhar curioso.

— Tem sido intenso. — Respondi, sorrindo. — Entre os estudos e... outras coisas, sinto que estou sempre correndo contra o tempo.

— Entendo perfeitamente. — Thalys riu. — Mas você está indo bem. Dá para ver que você é dedicado, não só nos estudos, mas em tudo o que faz.

— Obrigado. — Disse, sentindo meu rosto esquentar um pouco com o elogio. — E você? Como está sendo essa experiência de ser treinador?

— Incrível e desafiadora, ao mesmo tempo. — Ele respondeu, os olhos brilhando com entusiasmo. — Mas, sinceramente, o que mais gosto é ver o crescimento de cada um, o quanto todos evoluem. É gratificante.

A conversa fluía com uma naturalidade que eu não encontrava em muitas pessoas. Falamos sobre a vida, sobre nossas paixões e até sobre sonhos futuros. Thalys era alguém com quem eu podia ser eu mesmo, sem máscaras, e isso me fazia sentir mais leve, mais conectado.

Depois de algum tempo, ele sugeriu que fôssemos até o parque. Eu aceitei de bom grado, e logo estávamos caminhando em direção ao lugar que ele tanto elogiara. Quando chegamos, o céu estava começando a mudar de cor, pintando-se em tons de laranja, rosa e dourado.

Nos sentamos em um banco com vista para o lago, e o pôr do sol diante de nós era simplesmente deslumbrante. O silêncio entre nós era confortável, e, por um momento, parecia que o mundo havia parado, deixando-nos apenas com o som suave do vento e o brilho suave do sol se pondo no horizonte.

— Sabe, Matteo... — Thalys disse, quebrando o silêncio, sua voz baixa, quase em um sussurro. — Daqui a um mês, vai acontecer o campeonato de vôlei que pode ser a oportunidade que tanto sonhei para essa equipe. Se vencermos, será a chance de projetar o time em todo o país.

Olhei para ele, vendo o brilho de esperança e determinação em seus olhos. Não havia dúvida de que aquele campeonato significava muito para ele.

— Isso seria incrível, Thalys. — Respondi, sentindo uma onda de orgulho e admiração por ele. — E tenho certeza de que você e o time estão prontos para isso. Vocês têm treinado muito e estão em ótima forma.

— Obrigado, Matteo. — Ele disse, sorrindo com gratidão. — Estou muito confiante de que podemos fazer isso acontecer. E, claro, ter você por perto para torcer já faz toda a diferença.

Sorri para ele, sentindo uma onda de calor no peito. O tempo que passamos juntos naquele parque foi mágico. Conversamos sobre as expectativas para o campeonato, sobre como seria incrível ver o time se destacar, e também sobre coisas banais, como nossas comidas favoritas e filmes que gostávamos de assistir.

Quando o sol finalmente se escondeu completamente, e o céu estava tingido de um azul profundo, Thalys sugeriu que voltássemos. Ele se ofereceu para me levar até em casa, e eu aceitei sem hesitar.

No carro, enquanto Thalys dirigia pelas ruas tranquilas, eu me peguei observando seu perfil iluminado pelas luzes da cidade. Havia algo em sua presença que me deixava confortável, seguro, e ao mesmo tempo, inquieto de um jeito bom. Quando chegamos à minha casa, ele se virou para mim com aquele sorriso caloroso de sempre.

— Foi uma tarde incrível, Matteo. Obrigado por ter vindo comigo.

— Eu que agradeço, Thalys. — Respondi, sentindo meu coração disparar mais uma vez. — Foi realmente especial.

— Nos vemos na segunda-feira, então. — Ele disse, antes de acenar e seguir em frente.

Enquanto eu subia as escadas de casa, sentia uma mistura de emoções. Estava claramente apaixonado por Thalys, e essa realização me fez sentir ao mesmo tempo eufórico e nervoso. Quando entrei, minha mãe estava na sala, lendo um livro, mas ela levantou os olhos assim que me viu.

— Ah, o Matteo está apaixonado! — Ela exclamou com um sorriso travesso. — Você está igualzinho ao seu pai quando se apaixonou por mim.

— Mãe! — Eu protestei, sentindo meu rosto queimar de vergonha. Ela riu, claramente se divertindo com minha reação.

— É só a verdade, querido. — Ela disse, levantando-se para me dar um abraço. — Mas, se ele te faz feliz, estou muito feliz por você também.

Eu a abracei de volta, sentindo-me um pouco menos envergonhado com seu apoio. Conversamos mais um pouco sobre o dia, mas logo eu disse que estava cansado e precisava descansar.

No meu quarto, depois de tomar um banho relaxante, comecei a sentir um incômodo familiar. As manchas voltaram a aparecer na nádega e no peitoral, e, para piorar, percebi que estava começando a ficar febril novamente. O pânico começou a se instalar, mas eu rapidamente tomei um remédio para tentar suprimir os sintomas. Não podia me dar ao luxo de ficar doente agora, não com o campeonato se aproximando.

Deitei na cama, tentando afastar os pensamentos de preocupação. O dia tinha sido perfeito, e eu queria que aquele sentimento de felicidade durasse mais. Fechei os olhos, desejando que as próximas semanas fossem cheias de momentos assim, e, com isso em mente, acabei adormecendo, apesar da febre que insistia em me perseguir.

Continua...

ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora