ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]

🍁CAPÍTULO 52🍁

🍁Matias

A noite estava vibrante na casa da minha mãe. O som das risadas e o brilho das luzes do aniversário davam um tom acolhedor à festa. Minha irmãzinha corria pela sala, brincando com seus presentes, enquanto eu observava de longe, com um sorriso de orgulho no rosto. O cheiro de bolo recém-assado misturava-se ao perfume de flores que enfeitavam a mesa. Era um momento que deveria ser perfeito. Mas, de repente, um peso caiu sobre mim.

Senti uma dor profunda no peito, uma pontada que fez meus músculos tensionarem. Um vazio, como se algo estivesse sendo arrancado de mim. Meu coração acelerou, e uma tristeza imensa tomou conta do meu corpo. Era Jack. Algo estava errado. O pânico começou a invadir meus pensamentos, minhas mãos suavam e meu corpo estava rígido. Eu sabia que tinha que agir.

Levantei-me de forma brusca, fazendo a cadeira arrastar no chão de madeira, chamando a atenção de minha mãe, que estava do outro lado da mesa. Ela percebeu imediatamente a mudança em mim.

- Matias, o que foi? - sua voz estava carregada de preocupação, já adivinhando o que se passava.

- Mãe, Jack... eu preciso ir - minha voz saiu ofegante, quase falhando. - Algo está errado. Eu sinto que ele está em apuros. Eu preciso encontrá-lo. Agora!

Os olhos dela se arregalaram, um misto de medo e compreensão atravessou seu rosto. Ela já sabia da minha relação com Jackson e Matteo. O laço que nos unia era forte demais para ser ignorado, e minha mãe, por mais que fosse difícil para ela, entendia o que significava.

- Vai, filho. Vai até a casa do Matteo - ela disse, sua voz firme, embora seus olhos refletissem o receio. - Ele pode te ajudar a encontrá-lo. Vocês precisam estar juntos para isso. Só assim vão conseguir se conectar com Jack.

Ela me segurou pelos ombros, como se quisesse me fortalecer com seu toque, mas sua preocupação era clara.

- Eu sei que você vai trazê-lo de volta - ela murmurou, olhando fundo nos meus olhos, quase como uma promessa. - Mas por favor, toma cuidado. Todos nós precisamos de vocês inteiros.

Assenti, sentindo o peso da responsabilidade e do medo se misturando no peito. Dei um beijo rápido em sua testa e me virei para minha irmãzinha, que me observava com seus olhos inocentes, sem entender a urgência da situação.

- Preciso ir agora, pequena. Eu volto logo, tá? - tentei sorrir para tranquilizá-la, mas minhas mãos tremiam.

Ela fez um biquinho, visivelmente chateada por eu estar saindo no meio da festa, mas não questionou.

Peguei as chaves da moto e, com o coração na garganta, disparei em direção à porta. O vento da noite fria batia contra meu rosto enquanto eu acelerava pelas ruas desertas. Cada segundo parecia uma eternidade. A única coisa que martelava em minha mente era a dor que Jack sentia. Eu precisava chegar até Matteo.

Ao chegar à casa dele, quase caí da moto de tão apressado que estava. Subi os degraus da varanda em um só pulo e bati com força na porta. Não demorou muito para Matteo atender. Seus olhos estavam arregalados de surpresa ao me ver ali, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu falei:

- Jack está em apuros. Eu senti, Matteo, senti ele como se fosse parte de mim... - minha voz estava cheia de desespero, e ele pareceu entender imediatamente.

- Eu também... - Matteo murmurou, colocando a mão no peito, o olhar distante, como se a dor que eu descrevia também estivesse com ele. - Não sabia se era real, mas agora... Matias, o que a gente faz?

- Precisamos encontrá-lo. Minha mãe disse para eu vir aqui, que a gente vai conseguir juntos. Nosso laço é forte o suficiente.

Matteo assentiu, respirando fundo para tentar controlar o próprio nervosismo.