ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]

🍁CAPÍTULO 74🍁

🍁Matteo

Os dias após aquela noite mágica no parque de diversões passaram com uma leveza que eu não conseguia descrever. A rotina foi retomando, mas havia algo no ar, uma expectativa de que algo grandioso estava por vir. Matias, por sua vez, só falava sobre uma tal trilha que ele estava completamente determinado a fazer. Desde o primeiro dia de férias, era só isso que ocupava seus pensamentos.

— Vocês não entendem! É uma trilha arqueológica! Restos de dinossauros, pegadas, ossos! E a vista... — ele gesticulava entusiasmado, como se isso fosse a coisa mais óbvia e incrível do mundo. — Tem que ser incrível!

Jackson e eu apenas ríamos. O entusiasmo dele era contagiante, e mesmo que o assunto não fosse nossa prioridade, Matias fazia parecer que se tratava de algo indispensável.

— Calma, amor, a gente vai nessa trilha sim, eu prometo — Jackson garantiu, lançando um olhar cúmplice para mim. — Mas você sabe que não é todo mundo que compartilha desse seu amor por dinossauros e ossos, né?

— Ah, é sim! — Matias insistia, rindo. — Vocês só não sabem ainda.

Eu observava aquela troca, encantado pela animação dele e pela paciência de Jackson. Estávamos todos numa sintonia tão boa, tão leve, que mesmo as discussões mais simples se transformavam em momentos de pura diversão.

Então, finalmente, o grande dia chegou. Matias praticamente nos arrastou para o parque arqueológico, equipado com mochila, óculos escuros e um chapéu que lembrava o estilo de Indiana Jones.

— Sério, Matias? — perguntei, rindo ao vê-lo tão animado.

— Não brinque com um arqueólogo amador! — Ele disse, fingindo seriedade. — Vocês vão me agradecer depois.

A padaria em que estávamos era pequena, mas aconchegante. O cheiro de café fresco e pães recém-assados misturava-se ao som suave de conversas ao fundo. Eu observava Jackson à minha frente, mergulhado em seus pensamentos enquanto tomava um gole de café. Matias, por outro lado, não conseguia se conter.

— Cara, vocês não têm ideia de como esse parque é incrível! — Ele gesticulava animado, quase derrubando seu copo de suco. — Tem pegadas de dinossauros gigantes, esqueletos e até fósseis que você pode ver de pertinho. Vai ser demais!

Eu não podia deixar de sorrir com a euforia dele. Era contagiante, mesmo que uma parte de mim já estivesse começando a sentir aquele aperto antecipado do retorno à rotina. Jackson, sempre mais contido, ergueu uma sobrancelha enquanto olhava para Matias.

— Parece que você já fez a trilha antes, não? — perguntou ele, sem conseguir esconder um leve sorriso.

— Só uma vez, e foi incrível! — Matias respondeu prontamente, os olhos brilhando de excitação. — Mas agora vai ser diferente, porque estou com vocês dois. E eu estou pronto para mostrar tudo!

Eu ri, pegando minha xícara de café e dando um gole. Jackson trocou um olhar comigo e deu de ombros, como quem dizia: "Vamos aproveitar enquanto podemos".

Assim que terminamos o café e saímos da padaria, o sol já estava alto no céu, iluminando o caminho até o parque. A brisa fresca balançava as folhas das árvores e eu sentia aquela mistura de empolgação e ansiedade crescer.

— Você tá muito calado — Matias comentou, me cutucando com o cotovelo enquanto caminhávamos. — Tá pensando em quê?

Suspirei, olhando para o horizonte.

— Só pensando na volta, sabe? A universidade, os treinos de vôlei... Vai ser uma correria de novo. Eu já estou com saudade dessas férias.

Jackson, que andava ao meu lado, colocou a mão no meu ombro, apertando de leve.