🍁CAPÍTULO 11🍁

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🍁Matteo

Hoje seria meu primeiro treino de vôlei com o time oficial. Uma mistura de excitação e nervosismo borbulhava em meu peito enquanto me preparava para sair de casa. Acordei bem cedo para garantir que não chegaria atrasado. Vesti meu uniforme de treino, um conjunto vermelho e preto que, para minha surpresa, ficou um pouco mais apertado do que eu imaginava. Olhei-me no espelho, sentindo o tecido apertar em torno dos meus quadris e coxas, destacando minha bunda de uma forma que eu não sabia se era ridícula ou sexy. Decidi ignorar essa dúvida, liguei o foda-se, e saí assim mesmo.

Dois ônibus depois, cheguei à universidade. O campus estava deserto naquele sábado de manhã. Exceto por alguns seguranças espalhados a centenas de metros de distância, parecia que eu era a única alma viva por ali. O silêncio, quebrado apenas pelo som ocasional de um carro ao longe, dava ao lugar uma aura quase surreal. Assim que me aproximei do ginásio, comecei a ouvir o som de bolas de vôlei batendo no chão e nas mãos dos jogadores, ressoando pelo ambiente vazio.

Acelerei o passo, ansioso para começar. Assim que entrei no ginásio, meu coração quase parou ao ver quem estava liderando o treino: Matias. Ele estava de costas para mim, o que me deu uma falsa sensação de segurança. Talvez ele não me visse, talvez eu pudesse apenas me misturar ao grupo e passar despercebido. Mas, claro, isso era querer demais. Assim que ele percebeu minha presença, não perdeu tempo para começar a me humilhar.

- Você é retardado? Só tinha que chegar na hora! - gritou ele, sem nem se virar para olhar na minha direção.

Eu respirei fundo, ignorando-o completamente. Passei direto por ele e comecei meu próprio aquecimento, concentrando-me em cada movimento, tentando afastar a tensão que crescia em meus ombros. Iniciei com alguns alongamentos, passando para exercícios pélvicos que me colocavam em uma posição um tanto quanto sugestiva. Senti meu rosto esquentar com a percepção do quanto aquilo era desconfortável. No entanto, continuei firme, focado em mim mesmo. Matias, percebendo que estava sendo ignorado, finalmente se calou. Quando olhei em sua direção, notei que ele parecia desconcertado, como se não soubesse como reagir à minha indiferença.

Deixei para lá, sem me importar com as oscilações de humor dele. Afinal, eu estava ali para jogar, não para lidar com as variações temperamentais de Matias. Entrei na quadra e me juntei ao time, decidido a aproveitar ao máximo o treino. Para minha surpresa, rapidamente fiz amizade com alguns dos meninos e meninas ômegas que faziam parte da equipe. A atmosfera era leve e divertida, o que me ajudou a relaxar. Eu estava jogando como atacante, o que significava pular bastante e usar minhas mãos para direcionar a bola. Foi cansativo, mas também libertador, me fez esquecer, por um tempo, os olhares que alguns alfas lançavam na minha direção.

- Olha lá, Matteo, tem um beta te secando o treino todo! - comentou uma colega de time, seu tom provocador, mas amigável.

- Deve ser engano - respondi, tentando disfarçar o constrangimento enquanto bebia um gole de água. Meu rosto ficou ainda mais vermelho.

- Nada disso, ele está é olhando para essa bunda gostosa e apertada! - ela retrucou, dando um tapa leve e brincalhão na minha bunda. Sorri, meio sem graça, sem saber se ria ou se chorava de vergonha.

O sorriso que forcei no rosto desapareceu assim que olhei para o canto da quadra e vi Matias, com sua prancheta segurada em uma posição estranhamente estratégica, cobrindo a altura da cintura. Eu podia jurar que ele estava me observando, mas sua expressão era difícil de decifrar.

- Que diabos ele tem? - perguntei a um colega que estava por perto.

- Deve ser a síndrome da cobra doida - respondeu um dos meninos, sem sequer disfarçar o tom de gozação. - Ele está fazendo um tratamento para isso.

ENTRE ALFAS UM OMEGA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora