Precisamos conversar sobre nós...

336 35 8
                                    

(Por Lingling)

Me aproximei de Orm e a medida que os nossos corpos ficaram a poucos centímetros de distância, percebi que ela não demonstrou qualquer indiferença, não desviamos o contato visual nem por um segundo, o seu perfume me atingiu completamente e eu me senti embriagada.
Quando abri a minha boca para começar a falar com ela, Orm simplesmente me puxou e me beijou, algo urgente e provocativo, as nossas línguas serpentearam em nossas bocas enquanto eu sentia as suas mãos me abraçar pela cintura e me puxarem mais pra si.
Aquela atitude só demonstrou o quanto queríamos uma da outra, ela em nenhum momento demonstrou resistência, foi bem contrário do que havia imaginado. Nós duas precisávamos conversar sobre todas as coisas que aconteceram, porém era óbvio que haviam outras urgências a serem tratadas primeiro.
Ela encostou na mesa de reunião e eu a ergui do chão fazendo-a se sentar sobre o móvel, apertei as suas coxas afastando as suas pernas e me encaixando ali mesmo.
Meus lábios desceram úmidos por seu pescoço, a clavícula e a parte superior de seus seios e assim fui desabotoando os botões de sua camisa social, eu alisei a sua pele e a beijei dando mordidas suaves em toda área exposta.
Abri o zíper de sua calça e cuidadosamente coloquei a minha mão lá dentro, desviando o tecido de sua calcinha e me aprofundando naquela região macia e quente, totalmente encharcada, eu meti um dedo nela e Orm se inclinou pra trás dando um leve suspiro, o que me fez desejá-la ainda mais.
Ela me beijou outra vez, nossa... Eu senti o meu mundo voltando pra mim!
- Orm, meu bem... A sua bela secretária disse que eu te encontraria... – Ele cantarolou como sempre fazia – Que porra é essa?
E quando começamos a perder o controle totalmente, eu ouvi o seu grito e congelei, escondendo-a atrás de mim:
- Lacuna – Tanto ela quanto eu ficamos surpresas em vê-lo.
- Lingling? – Ele me analisou em silêncio – Querida, você voltou e... – Ele abriu um vasto sorriso e ficou revezando os seus olhares entre a Orm e eu.
- Lacuna, como você entra numa sala de reuniões assim? – Briguei – E se estivéssemos discutindo algo importante.
- Ah, querida, mas pelo que eu vi vocês estavam em algo importante, estavam se comendo – Ele soltou a piada e gargalhou.
- Lacuna, isso não foi legal de dizer – Orm falou enquanto fechava as calças e ajeitava a camisa.
- Da próxima vez, ao menos tranquem a porta – Ele aconselhou – Agora vá ao toalete se recompor querida, eu quero te dar um abraço, mas estou sentindo daqui o cheiro da Orm em você!
- Pára com isso – Olhei para ela que ficou ruborizada com o comentário do meu amigo e disse pra ela me esperar, ela assentiu e eu saí.
Quando retornei a sala de reuniões, Lacuna e Orm estavam rindo e conversando animadamente, não prestei atenção ao que eles diziam, pois logo fui fisgada por aquele par de olhos que eu amava.
Ela sorriu pra mim de uma maneira totalmente maliciosa e eu retribuí o gesto, Lacuna então se virou para me encarar e assim que me aproximei deles, o meu amigo deu um salto da cadeira e me agarrou, os seus músculos me apertaram mais do que eu era acostumada, me deixando sem ar.
Não reclamei, era bom estar em casa e com eles!
- Quando você voltou? Porque você não me disse que tinha conseguido escapar daquele tirano? Você emagreceu... Não se alimentou direito, né? E o seu pai... O que aconteceu? Ele não morreu, não é?... Vamos querida... Quero saber de tudo... Detalhes...
- Lacuna – Bati em seu braço – Você está me sufocando!
- Desculpa... Aí, céus... Desculpa – Ele se distanciou um pouco e segurou as minhas mãos – Porque você não me ligou? Você...
- Chega de tantas perguntas ok – Eu respondi e me sentei ao lado de Orm, em seguida Lacuna se sentou e ficou me analisando outra vez.
- Você não vai me contar nada? – Perguntou aborrecido.
- Eu vou – Garanti – Mas não aqui, outras pessoas podem nos ouvir e eu não quero que a minha vida pessoal vire pauta para os fofoqueiros.
- Você não estava preocupada com isso há alguns minutos atrás – Lacuna comentou debochado.
- E você fez questão de atrapalhar – Rebati no mesmo tom.
- Mas falando sério – Ele prosseguiu – Vocês reataram?
- Não – Respondemos em uníssono.
- Eu não entendo...
- O que você não entende? – Perguntei enquanto Orm se levantou e foi até a mesinha de canto da sala, pegou uma garrafa de água mineral e copos, voltando a se sentar ao meu lado.
- Vocês não estão juntas, mas estavam se comendo a poucos minutos.
Orm se serviu da água e agiu como se o assunto não fosse sobre nós duas, já eu me sentia desconfortável, não só pelo comentário do meu amigo, mas porque desejava continuar o que a pouco fazia.
Lacuna não iria embora enquanto não lhe falasse algo, então suspirei pesadamente, olhei para o meu relógio e percebi que o expediente da Orm tinha acabado, eu me levantei deixando os dois a me observar, calados. Andei até a porta e por fim, disse:
- Preciso ir, amanhã vai ser um dia de muito trabalho, Orm... Ainda teremos que conversar ok – Ela assentiu e ficou mexendo no celular  – Lacuna, eu vou te contar tudo que você deseja saber, mas não hoje!
- Mas querida...
- Estou exausta e preciso ir – Interrompi-o – Em breve eu te procuro ok.
Saí deixando-os as sós...
Para a minha surpresa, a secretária de Orm também permaneceu no prédio, sentada em sua mesa e escrevendo no celular, ela nem reparou quando eu me aproximei e desejei-lhe boa noite.
A mulher ficou pálida, uma reação que se fosse em outras circunstâncias eu até riria, mas não era esse o caso, eu tinha percebido os olhares que ela lançava para Orm logo pela manhã, contudo quis acreditar que era coisa da minha cabeça.
Não era, com o susto a mulher deixou o aparelho celular cair e se eu não tivesse um bom reflexo, naquele momento ele teria quebrado, mas deveria ter deixado aquele celular se espatifar no chão, pois ao pegá-lo eu vi que ela estava bisbilhotando e curtindo as postagens antigas do Instagram de Orm:
- Obrigada senhorita Sirilak – Ela agradeceu assim que lhe devolvi o aparelho.
- Boa noite! – Eu queria matar aquela mulherzinha, quem ela pensa que é pra ficar flertando com a Orm? Será que eu tinha perdido a Orm e não havia percebido?
Mas ela me puxou pra si há pouco tempo atrás, ela me beijou e eu senti nos lábios dela desejo e saudade, seriam sentimentos somente meus e não dela?
Vocês têm ideia de tudo que se passou em minha mente naquele momento? Às vezes eu queria que vocês estivessem presente nas vezes em que eu errei e acertei na minha história, nem que fosse pra me dar um conselho, entendo que assistir a tudo e não poder se manifestar é angustiante.
Foi angustiante pra mim viver tudo aquilo e não saber nem metade das coisas que vocês sabiam!
...
Desci pelo elevador e passei pela catraca, mas um dos seguranças me impediu de seguir adiante, eu o encarei frustrada, mas logo o homem me disse que a CEO pediu para me barrar na saída.
Orm...
Esperei alguns minutos na entrada, escondida e pude ouvir a conversa de Lacuna, Orm e a senhorita Yakaret, assim que os três saíram do elevador:
- Ela é linda! – Yakaret afirmou.
- Sim, ela é – Disse Lacuna orgulhoso – Por dentro e por fora, mas isso você vai perceber.
- Se ela for igual a Orm me darei por satisfeita! – Yakaret tocou no braço da Orm com intimidade e eu tive que me controlar para não pular no pescoço dela.
- Bom... – Orm prosseguiu – Vejo vocês amanhã!
- Você não vai no MidNight Cat’s? – Yakaret perguntou a Orm quase pulando no pescoço dela.
- Não, tenho um compromisso importante essa noite – Orm respondeu se desviando dela
Yakaret seguiu com o Lacuna e a Orm ficou parada vendo-os se afastar, assim que eles sumiram de seu campo de visão, ela ficou olhando para os lados e disse em voz alta “Pode sair”.
Era um sinal de que estaríamos sozinhas...
- Como você sabia que eu esperaria por você? – Eu argumentei ao meu aproximar dela.
- Da mesma maneira que você não surtou com essa cena da Yakaret – Ela respondeu me abraçando e depois sussurrou em meu ouvido – Vamos conversar.
Ela estendeu a chave do Porsche, todavia me neguei a pegá-la, pedi para Orm me encontrar em minha casa e saí sem verificar se ela me seguia ou não.
Aquela secretária estava pisando em um campo minado, mas não seria eu quem a explodiria... Decidi que o melhor era colocar todas as verdades sobre a mesa e Orm decidir se me deixaria voltar pra sua vida ou não.
Então sentei na moto e fui direto pra casa e aguardei-a, logo Orm chegaria e resolveríamos às nossas pendências.

ME ESPERA...Onde histórias criam vida. Descubra agora