Cama.

611 69 46
                                    

Depois de uma hora, tirei os óculos e esfreguei os olhos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois de uma hora, tirei os óculos e esfreguei os olhos.

— Estou acabada. Não consigo memorizar nem mais uma macromolécula.

Gustavo sorriu e fechou o livro.

— Tudo bem.

Parei um pouco, sem saber como dormiríamos.

Gustavo saiu do quarto, cruzou o corredor e falou algo ininteligível para Vetuche no quarto dele antes de ligar o chuveiro.

Virei às cobertas e puxei-as até o pescoço, ouvindo o chiado agudo da água no encanamento.

Dez minutos depois, a água parou de correr e ouvi o assoalho ranger sob os passos de Gustavo.

Ele entrou no quarto com uma toalha enrolada nos quadris.

Tinha tatuagens nos dois lados do peito, e tribais em preto cobriam ambos os
ombros salientes.

No braço direito, linhas negras e símbolos se estendiam do ombro até o pulso.

No esquerdo, as tatuagens terminavam no cotovelo, com uma única linha manuscrita na parte de baixo do antebraço.

Fiquei de costas para Gustavo enquanto ele deixava a toalha cair na frente da cômoda e vestia a cueca.

Depois desligou a luz e deitou na cama ao meu lado.

—Você vai dormir aqui também? —perguntei, me virando para olhar para ele.

A lua cheia refletia através da janela e lançava sombras no rosto dele.

— Bem, vou. Aqui é minha cama.

— Eu sei, mas eu...

Parei de falar por um instante.

Minhas únicas opções eram o sofá ou a cadeira reclinável.

Gustavo abriu um sorriso e balançou a cabeça.

— Não confia em mim ainda? Juro que vou me comportar muito bem — disse, levantando os dedos de um modo que tenho certeza de que os escoteiros nunca consideraram usar para fazer um juramento.

Não discuti, simplesmente me virei e descansei a cabeça no travesseiro, enfiando as cobertas atrás de mim a fim de criar uma barreira clara entre o
corpo dele e o meu.

— Boa noite, Beija-Flor — ele sussurrou no meu ouvido.

Eu podia sentir seu hálito de menta na minha face, o que fez cada centímetro do meu corpo arrepiar.

Ainda bem que estava muito escuro e ele não pôde ver minha reação embaraçosa, ou o rubor que tomou conta do meu rosto logo em seguida.

Parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos quando ouvi o despertador estiquei-me para desligá-lo, mas puxei a mão de volta horrorizada ao sentir uma pele morna sob os dedos.

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora