Ana Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...
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O ar no apartamento estava tenso e alegre ao mesmo tempo.
Gustavo parecia ser o menos afetado, calçando rápido as botas e colocando uma regata branca como se fosse sair para resolver algo trivial.
Eduarda foi comigo pelo corredor até o quarto do Gustavo e franziu a testa.
— Você tem que se trocar, Ana Flávia. Não pode usar isso pra ver a luta.
— Usei uma droga de um cardigã da última vez e você não falou nada! — protestei.
— Não achei que você fosse mesmo da última vez. Toma — ela me jogou umas roupas — veste isso.
— Não vou vestir isso.
—Vamos logo — Vetuche gritou da sala de estar.
— Anda logo! — Eduarda falou irritada, entrando correndo no quarto de Vetuche.
Vesti o top frente-única amarelo decotado e a calça jeans de cintura baixa que Eduarda tinha jogado para mim.
Depois coloquei saltos altos e passei um pente no cabelo.
Enquanto cruzava o corredor Eduarda saiu do quarto do Vetuche com um vestido verde curto, estilo baby doll, e sapatos de salto combinando.
Quando aparecemos, Gustavo e Vetuche estavam parados à porta.
Gustavo ficou boquiaberto.
— Ah, não! Você está tentando fazer com que eu seja morto? Você tem que se trocar, Flor.
— O quê? — perguntei, olhando para baixo.
Eduarda levou as mãos ao quadril.
— Ela está uma graça, Gu, deixe a menina em paz!
Ele me pegou pela mão e me conduziu pelo corredor.
— Coloque uma camiseta... e tênis. Alguma coisa confortável.
— O quê? Por quê?
— Porque, com essa blusinha aí, vou ficar mais preocupado com quem está olhando pros seus peitos do que com o Hoffman — ele disse, parando na porta.
— Achei que você tinha dito que não ligava a mínima para o que as pessoas achavam.
— A situação é diferente, Beija-Flor — Gustavo olhou para o meu peito e depois para mim. — Você não pode usar isso para ir ver a luta, então por favor... só... se troca, por favor — ele gaguejou, me enxotando para dentro do quarto e fechando a porta.
—Gustavo! —gritei.
Eu me livrei dos sapatos de salto com um chute e enfiei meu par de AllStar Converse nos pés.
Depois me contorci e tirei o top, jogando-o do outro lado do quarto.
Enfiei a primeira camiseta de algodão que vi pela frente e corri até a sala, parando na entrada do apartamento.
