Noite do pôquer.

570 77 50
                                    

Quando chegamos, deixei os cabelos caírem nas costas e os arrumei com os dedos algumas vezes, antes de Gustavo me conduzir pela porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando chegamos, deixei os cabelos caírem nas costas e os arrumei com os dedos algumas vezes, antes de Gustavo me conduzir pela porta.

- Santo Cristo! É o merdinha! - falou um dos meninos.

Gustavo assentiu uma vez.

Ele tentou parecer irritado, mas eu por ver que estava animado dever os irmãos.

A casa estava marcada pelo tempo, com um papel de parede amarelo e marrom desbotado e um carpete felpudo em tons diferentes de marrom.

Atravessamos o corredor até uma sala com a porta escancarada.

A fumaça flutuava para dentro do corredor e os irmãos e o pai de Gustavo estavam sentados a uma mesa de madeira redonda com cadeiras diferentes umas das outras.

- Ei, ei... olha o jeito como você fala, tem uma moça aqui - disse pai dele, o charuto em sua boca balançando enquanto ele falava.

- Flor, esse é o meu pai, Marcos Mioto. Pai, essa é a Beija-Flor.

- Beija-Flor? - perguntou Marcos, com uma expressão divertida no rosto.

- Ana Flávia - falei, balançando a cabeça.

Gustavo apontou para os irmãos.

- Gael, Geovani, Guilherme e Guto.

Eles acenaram com a cabeça.

Todos, menos Guto, pareciam versões mais velhas de Gustavo: cabelos bem curtos, olhos castanhos, camisetas esticadas sobre os músculos salientes e cobertos de tatuagens.

Guto usava camisa social e gravata solta.

Os olhos eram de um castanho esverdeado, e os cabelos, loiro-escuros, eram um pouco mais compridos que os dos outros.

- A Ana Flávia tem sobrenome? - um quis saber.

- Castela - assenti.

- Prazer em te conhecer, Ana Flávia - disse Guto, sorrindo.

- Um prazer mesmo - disse Gael, me olhando de cima a baixo com uma cara travessa.

Marcos deu um tapa na nuca dele, que soltou um grito.

- O que foi que eu disse? - ele perguntou, esfregando a nuca.

- Sente-se, Ana Flávia. Observe enquanto tiramos o dinheiro do Gu - disse um dos gêmeos.

Eu não saberia dizer quem era quem, eles eram cópias idênticas um do outro, até mesmo as tatuagens eram iguais.

A sala estava decorada com imagens antigas de jogos de pôquer, fotos de lendas do pôquer posando com um e com outro homem, que presumi ser o avô de Gustavo, e cartas antigas de jogo nas estantes.

- Você conheceu o Stu Ungar? - perguntei, apontando para a foto empoeirada.

Os olhos apertados de um ganharam brilho.

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora