Desagradável.

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Poucas pessoas prestaram atenção na aparência de Gustavo

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Poucas pessoas prestaram atenção na aparência de Gustavo.

Ele estava coberto de sangue e parecia que só alguns ocasionais forasteiros notavam.

— Que diabos aconteceu lá? — Vetuche por fim perguntou.

Gustavo tirou as roupas, ficando só de cueca, e sumiu dentro do banheiro.

O chuveiro foi ligado e Eduarda me entregou uma caixa de lenços de papel.

— Eu estou bem, Duda.

Ela suspirou e empurrou a caixa para mim mais uma vez.

— Não está, não.

— Não foi a minha primeira vez com o Benny — falei.

Meus músculos estavam doloridos como resultado das vinte e quatro horas de tensão pelas quais havia passado.

— Foi a primeira vez que você viu o Gustavo atacar alguém como um louco — disse Vetuche. — Já vi isso acontecer uma vez e não é nada bonito.

— O que aconteceu? — insistiu Eduarda.

— O Rodrigo ligou para o Benny e passou a responsabilidade para mim.

— Eu vou matar o Rodrigo! Vou matar aquele filho da puta! —gritou Eduarda.

— O Benny não ia me considerar responsável, mas ia ensinar uma lição ao Rodrigo por ter enviado a filha para pagar a dívida. Ele chamou dois de seus malditos cães de guarda pra cima da gente e Gustavo os derrubou. Os dois. Em menos de cinco minutos.

— Então o Benny deixou vocês irem embora? — Eduarda quis saber.

Gustavo surgiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, e a única evidência da briga era uma marca vermelha na maçã do rosto, logo abaixo do olho direito.

— Um dos caras que eu derrubei tinha uma luta amanhã à noite. Vou assumir o lugar dele e, em compensação, o Benny vai perdoar os cinco mil que faltam da dívida do Rodrigo.

Eduarda se levantou.

— Isso é ridículo! Por que estamos ajudando o Rodrigo, Ana Flávia? Ele te jogou aos lobos! Eu vou matar o Rodrigo!

— Não se eu matar primeiro — disse Gustavo, borbulhando de raiva.

— Entrem na fila — falei.

— Então você vai lutar amanhã? — Vetuche perguntou.

— Num lugar chamado Zero’s. Às seis horas. É com o Brock McMann, Tuche.

Vetuche balançou a cabeça.

— De jeito nenhum. Nem ferrando, Gu! O cara é um maníaco!

— É — disse Gustavo —, mas ele não está lutando pela garota dele, não é?

Ele me aninhou em seus braços, beijando o topo da minha cabeça.

— Você está bem, Beija-Flor?

— Isso é errado. Isso é errado em tantos sentidos. Não sei com qual deles devo tentar te convencer a não fazer isso.

— Você não me viu hoje? Vou ficar bem. Eu já vi o Brock lutar. O cara é duro na queda, mas não é imbatível.

— Eu não quero que você faça isso, Gu.

— Bom, eu não quero que você vá jantar com seu ex-namorado amanhã à noite. Acho que nós dois vamos ter que fazer algo desagradável para salvar a pele do seu pai imprestável.

Eu já tinha visto isso antes.

Las Vegas muda as pessoas, cria monstros e homens arruinados.

Era fácil deixar as luzes e os sonhos roubados penetrarem no sangue.

Eu já tinha visto a enérgica e invencível expressão no rosto de Gustavo muitas vezes antes, e a única cura era um avião de volta para casa.

Pedro franziu a testa quando olhei mais uma vez para o relógio.

— Você tem outro compromisso, Docinho? — ele me perguntou.

— Por favor, para de me chamar assim, Pedro. Odeio esse apelido.

— Eu odiei quando você foi embora também, o que não te impediu de ir.

— Essa conversa já deu. Vamos simplesmente jantar, tudo bem?

— Tudo bem. Vamos falar sobre o seu novo namorado. Qual é o nome dele? Gustavo?

Assenti.

— O que você está fazendo com aquele psicopata tatuado? Ele parece um rejeitado da Família Manson.

— Seja legal, Pedro, ou eu vou embora.

— Não consigo acreditar como você mudou. Não consigo acreditar que você está sentada aqui, bem na minha frente.

Revirei os olhos.

— Desencana.

— Aí está ela — disse Pedro. — A garota de quem eu me lembro.

Baixei o olhar para o relógio de pulso.

— A luta do Gustavo começa em vinte minutos. É melhor eu ir.

— Ainda temos a sobremesa.

— Não posso, Pedro. Não quero que ele se preocupe, pensando se vou ou não vou aparecer. Isso é importante.

Ele deixou os ombros caírem.

— Eu sei. Sinto falta dos dias em que eu era importante.

Coloquei minha mão na dele.

— A gente era criança. Isso foi há uma vida.

— Quando a gente cresceu? Você estar aqui é um sinal, Ana Flávia. Achei que nunca mais te veria e você está aqui, sentada na minha frente. Fica comigo.

Balancei lentamente a cabeça em negativa, hesitante em magoar meu amigo mais antigo.

— Eu amo o Gustavo, Pedro.

A decepção dele obscureceu o largo sorriso que tinha no rosto.

— Então é melhor você ir.

Dei um beijo no rosto dele e saí voando do restaurante, pegando um táxi.

— Para onde? — perguntou o taxista.

— Para o Zero’s.

Ele se virou para trás, me olhando de cima a baixo.

— Tem certeza?

— Tenho! Vamos! — falei, jogando o dinheiro sobre o banco.

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Continua....☆

I. Espero que estejam gostando, não se esqueçam de votar e comentar muito.

II. Daqui pra frente, é só pra trás....

III. Capítulo revisado, porém pode conter alguns erros.

--Beijos, 🦋

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora