Atenção.

556 70 81
                                    

Nós nos sentamos à mesa de almoço juntos, nos provocando com beliscões e cutucões

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nós nos sentamos à mesa de almoço juntos, nos provocando com beliscões e cutucões.

O humor de Gustavo estava ótimo, como na noite que eu perdi a aposta.

Todo mundo na mesa notou, e, quando ele começou uma mini luta comigo pela comida, chamou atenção daqueles sentados às outras mesas.

Revirei os olhos.

— Estou me sentindo um animal de zoológico.

Gustavo ficou me observando por um instante, depois olhou para as pessoas que nos encaravam, então se levantou.

— I can’t! — ele gritou.

Fiquei encarando-o, pasma, enquanto todo mundo que estava no salão se voltava para ele.

Gustavo balançou a cabeça algumas vezes ao som de um ritmo que só tocava em sua mente.

Vetuche fechou os olhos.

— Ah, não.

Gustavo sorriu.

— Get no... sa- tis... fac-tion — ele cantou. — I can’t get no... sa-tis-fac-tion. Cuz I try... and I try... and I try.

Ele subiu na mesa e todo mundo ficou olhando.

— I can’t get no!

Ele apontou para os jogadores de futebol na ponta da mesa, que sorriram e gritaram em uníssono:

— I can’t get no!

O salão inteiro começou a bater palmas no ritmo da música.

Gustavo cantava usando o punho cerrado como microfone.

— When I’m drivin’ in my car, and a man comes on the ra-di-o... he’s tellin’ me more and more about some useless in-for-ma-tion... supposed to fire my im -agin-a-tion. I can’t get no! Oh no, no, no!

Ele passou dançando por mim, cantando no microfone imaginário.

Todos no salão cantaram juntos:

— Hey, hey hey!

— That’s what I say! — Gustavo completou.

Ele mexeu os quadris, e algumas garotas assobiaram e gritaram entusiasmadas.

Ele passou por mim de novo, cantando o refrão para o outro lado do salão, com os jogadores de futebol americano fazendo segunda voz.

— Eu te ajudo! — uma garota gritou lá de trás.

— … cuz I try, and I try, and I try, and I try... — ele cantou.

— I can’t get no! I can’t get no! — os jogadores cantaram.

Gustavo parou na minha frente e se curvou na minha direção.

— When I’m watchin’ my TV... and a man comes on to tell me... how white my shirts can be. But he can’t be a man ‘cause he doesn’t smoke... the same cigarettes as me. I can’t get no! Oh no, no, no!

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora