Belo Desastre | miotela

Volta.

Eduarda estava saindo do banheiro quando cheguei lá em cima, e os olhos dela se iluminaram a me ver.

— Oi, linda! Como foi?

— Já era — falei, desanimada.

— Oh-oh.

— Não conta pro Gustavo, tá?

Ela bufou.

— Não vou contar. O que houve?

— O Luan me convidou para ir com ele à festa de casais.

Eduarda apertou a toalha em volta do corpo.

— Você não vai deixar o Gu na mão, vai?

— Não, e o Luan não está feliz com isso.

— É compreensível — ela disse, assentindo. — E mau pra caramba.

Eduarda puxou as mechas dos longos cabelos molhados sobre um dos ombros e gotas de água escorreram sobre sua pele desnuda.

Ela era uma contradição ambulante.

Havia se matriculado na Eastern para que pudéssemos continuar juntas.

Proclamava-se minha consciência, pronta para entrar em ação quando eu cedia a minhas tendências inatas a sair da linha.

Eu me envolver com Gustavo ia contra tudo que tínhamos conversado, mas ela havia se tornado sua mais entusiasmada defensora.

Eu me apoiei na parede.

— Você vai ficar brava se eu não for à festa?

— Não, eu vou ficar incrivelmente puta da vida. Isso seria motivo para a maior briga de todos os tempos, Ana Flávia.

— Então acho que não tenho opção — falei, enfiando a chave na fechadura.

Meu celular tocou, e a imagem de Gustavo fazendo uma cara engraçada surgiu no mostrador.

— Alô?

— Você já está em casa?

— Estou, ele me deixou aqui faz uns cinco minutos.

— Em mais cinco estou aí.

— Espera! Gustavo? — eu disse, depois que ele desligou.

Eduarda deu risada.

— Você acabou de ter um encontro decepcionante com o Luan e sorriu quando o Gustavo ligou. Você é mesmo tão idiota?

— Eu não sorri — protestei.

— Ele está vindo pra cá. Você pode encontrar com ele lá fora e dizer que já fui dormir?

— Você sorriu sim, e não, você mesma vai falar isso pra ele.