Caldeiras.

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Conforme os dias foram se passando, tivemos que lidar com os persistentes rumores sobre um relacionamento

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Conforme os dias foram se passando, tivemos que lidar com os persistentes rumores sobre um relacionamento.

A reputação de Gustavo ajudou a calar as fofocas.

Ele nunca fora conhecido por ficar com uma garota mais do que uma noite, então, quanto mais éramos vistos juntos, mais as pessoas entendiam que nosso relacionamento era platônico.

Mesmo com as constantes perguntas sobre nosso envolvimento, Gustavo continuou recebendo a usual atenção das outras alunas.

Ele continuou a se sentar ao meu lado nas aulas de história e a comer comigo na hora do almoço.

Não demorei muito para perceber que estivera errada em relação a ele, me sentindo até propensa a defendê-lo daqueles que não o conheciam como eu.

No refeitório, Gustavo colocou uma lata de suco de laranja na minha frente.

— Você não precisava fazer isso. Eu ia pegar uma — falei, tirando a jaqueta.

— Bom, agora você não precisa mais — disse ele, fazendo aparecer à covinha da bochecha esquerda.

Brazil soltou uma risada de deboche.

— Ela transformou você em um empregadinho pessoal, Gustavo? Qual vai ser a próxima, abanar a menina com uma folha de palmeira, vestindo uma sunga?

Gustavo olhou para ele com ódio assassino, e me apressei a defendê-lo.

— Você não tem o suficiente nem para preencher uma sunga, Brazil. Cala a droga da sua boca!

— Pega leve, Ana Flávia! Eu estava brincando — Brazil respondeu, erguendo as mãos em sinal de paz.

— Só... não fale assim dele — retruquei, franzindo a testa.

A expressão do Gustavo era um misto de surpresa e gratidão.

— Agora eu vi de tudo na vida. Uma garota acabou de me defender — disse ele, se levantando.

Antes de sair carregando a bandeja, ele lançou mais um olhar furioso para Brazil, depois se juntou a um pequeno grupo de fumantes do lado de fora do prédio.

Tentei não ficar olhando para Gustavo enquanto ele ria e conversava.


Todas as garotas do grupo competiam de forma sutil pelo espaço ao lado dele, e Eduarda me cutucou quando percebeu que minha atenção estava em outro lugar.

— O que você está olhando, Ana Flávia?

— Nada. Não estou olhando nada.

Eduarda pôs o queixo na mão e balançou a cabeça.

— Elas são tão óbvias. Olhe aquela ruiva. Ela já passou as mãos no cabelo tantas vezes quantas já piscou. Fico me perguntando se o Gustavo não se cansa disso.

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora