Brincadeira.

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Odorico deu mais uma tragada

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Odorico deu mais uma tragada.

A fumaça fluiu de seu nariz em duas torrentes espessas.

Virei o rosto em direção ao sol enquanto ele me entretinha contando sobre seu fim de semana de dança, bebidas e um novo amigo muito persistente.

— Se ele está te perseguindo, por que você deixa que ele pague as bebidas? — perguntei e ri.

— É simples, Ana Flávia. Estou sem um tostão furado.

Ri de novo, e Odorico me cutucou com o cotovelo quando viu Gustavo vindo em nossa direção.

— Ei, Gustavo — Odorico falou alegre, piscando para mim.

— Odorico — Gustavo o cumprimentou com um aceno de cabeça e balançou as chaves. — Estou indo pra casa, Flor. Precisa de carona?

— Eu ia entrar no dormitório... — falei, erguendo o olhar com os óculos de sol e abrindo um sorriso para ele.

— Você não vai ficar comigo hoje à noite? — ele quis saber.

Em seu rosto, a expressão era de surpresa e decepção.

— Não, vou sim. Só tenho que pegar umas coisas que esqueci.

— Tipo o quê?

— Bem, meu aparelho de depilação, por exemplo. O que você tem com isso?

— Já estava na hora de você raspar as pernas. Elas ficam ralando nas minhas, é o maior inferno — ele disse com um sorriso travesso.

Odorico me olhou com os olhos arregalados, e fiz uma careta para Gustavo.

— É assim que os rumores começam! — Olhei para Odorico e balancei a cabeça.

— Estou dormindo na cama dele... só dormindo.

— Certo — disse Odorico, com um sorriso irônico.

Dei um tapão no braço dele antes de abrir a porta e subir as escadas.

Quando cheguei ao segundo andar, Gustavo estava ao meu lado.

— Ana Flávia, não fique brava. Eu só estava brincando.

— Todo mundo acha que estamos transando. Você está piorando as coisas.

— Quem se importa com o que as pessoas pensam?

— Eu me importo, Gustavo! Eu me importo!

Abri a porta do quarto, enfiei algumas coisas em uma pequena sacola e saí tempestivamente, com Gustavo me seguindo.

Ele deu uma risadinha enquanto tirava a sacola da minha mão, e olhei furiosa para ele.

— Não é engraçado. Você quer que a faculdade inteira ache que sou uma de suas vadias?

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora