Última noite.

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As duas semanas seguintes voaram

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As duas semanas seguintes voaram.

Fora o período das aulas, passei cada momento com Gustavo, e a maior parte do tempo ficamos sozinhos, só nós dois.

Ele me levava para jantar, para beber e dançar no Red, para jogar boliche, e foi chamado para duas lutas.

Quando não estávamos rindo que nem bobos, estávamos brincando de lutinha ou aninhados no sofá com Totó, assistindo a algum filme.

Ele fez questão de ignorar todas as garotas que o paqueraram, e todo mundo comentava sobre o novo Gustavo.

Na minha última noite no apartamento, Eduarda e Vetuche estavam inexplicavelmente fora, e Gustavo se deu ao trabalho de preparar um jantar especial.

Comprou vinho, arrumou guardanapos de tecido e até conseguiu talheres novos para a ocasião.

Dispôs os pratos no balcão e puxou uma banqueta para o outro lado, para se sentar na minha frente.

Pela primeira vez, tive a nítida sensação de que estávamos em um encontro.

— Está muito bom, Gu. Você não disse que sabia cozinhar.

Falei, enquanto comia a massa com frango à moda cajun que ele havia preparado.

Ele forçou um sorriso, e pude ver que estava se esforçando para manter a conversa leve.

— Se eu tivesse te contado antes, você ia querer que eu cozinhasse toda noite.

O sorriso dele desapareceu, e seus olhos se voltaram para a mesa.

Revirei a comida no prato.

— Também vou sentir sua falta, Gu.

— Você ainda vai aparecer por aqui, não vai?

— Você sabe que eu vou. E você também vai aparecer no Morgan, para me ajudar a estudar, que nem antes.

— Mas não vai ser a mesma coisa — ele suspirou. — Você vai estar namorando o Luan, a gente não vai ter tempo... Vamos acabar seguindo rumos diferentes.

— Não vai mudar tanta coisa assim.

Ele conseguiu dar uma única risada.

— Quem poderia imaginar, da primeira vez que nos encontramos, que estaríamos sentados aqui agora? Eu nunca teria acreditado, atrás, que ia ficar tão triste de me despedir de uma garota...

Senti um nó no estômago.

— Eu não quero que você fique triste.

— Então não vá embora — ele disse.

Sua expressão era tão desesperada que a culpa formou um nó na minha garganta.

— Eu não posso morar aqui, Gustavo. Isso é loucura.

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora