Belo Desastre | miotela

Clima.

— Definitivamente, ele está encarando você — sussurrou Eduarda, se curvando para dar uma espiada do outro lado da sala.

— Para de olhar, besta, ele vai ver você.

Eduarda sorriu e acenou.

— Ele já me viu. E ainda está te encarando.

Hesitei por um instante e, por fim, consegui reunir coragem para olhar na direção dele.

Luan estava olhando direto para mim, com um largo sorriso no rosto.

Retribuí o sorriso e então fingi que estava digitando algo no laptop.

— Ele ainda está me encarando? — murmurei.

— Sim — ela respondeu, dando risadinhas.

Depois da aula, Luan me parou no corredor.

— Não esquece da festa nesse fim de semana.

— Não vou esquecer — falei, tentando não começar a pestanejar ou fazer algo ridículo do gênero.

Eduarda e eu cruzamos o gramado até o refeitório para encontrar Gustavo e Vetuche para o almoço.

Ela ainda estava rindo do comportamento de Luan quando eles se aproximaram.

— Oi, baby — disse Eduarda, beijando o namorado na boca.

— O que é tão engraçado? — Vetuche quis saber.

— Ah, um carinha na aula que ficou encarando a Ana Flávia durante uma hora. Foi tão fofo!

— Contanto que ele estivesse encarando a Ana Flávia — disse Vetuche, dando uma piscadela para a namorada.

— Quem era? — Gustavo fez uma careta.

Arrumei a mochila nas costas, o que fez com que ele a tirasse dali e a segurasse para mim.

Balancei a cabeça.

— A Duda está imaginando coisas.

— Ana Flávia! Sua grandessíssima mentirosa. Era o Luan Pereira, e ele estava dando muito na cara. Estava praticamente babando.

Gustavo fez uma expressão de nojo.

— Luan Pereira?

Vetuche puxou Eduarda pela mão.

— Vamos almoçar. Vocês vão desfrutar a fina culinária do refeitório essa tarde?

Eduarda beijou-o novamente em resposta, e eu e Gustavo os acompanhamos.

Coloquei minha bandeja entre a da Eduarda e a do Odorico, mas
Gustavo não se sentou no lugar de costume, na minha frente.

Foi se sentar um pouco mais longe.